O câncer de mama é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil. Também é o segundo tipo mais frequente de câncer no mundo. Seu tratamento ocasiona diversas consequências à mulher, principalmente o cirúrgico, que leva à retirada da mama, ocasionando vulnerabilidade psíquica e gerando consequências físicas e sociais.(SOUZA et. al, 2014).
Do Vale, Dias e Miranda (2017) revelam que a autopercepção é afetada após a mastectomia. A retirada da mama provoca fragilidades e constrangimento modificando a vida da mulher em relação a imagem corporal, influenciado diretamente da vida social e sexual.
Ambrósio e Santos (2015), contribuem dizendo que a reabilitação psicossocial, com ênfase no apoio emocional é um grande fator de restabelecimento das condições de saúde, ajuda a mulher que recebe o diagnóstico do câncer de mama contribuindo para a construção da resiliência diante do tratamento oncológico, assim como no período posterior aos procedimentos invasivos.
Para Galdino et. al (2017), o tratamento cirúrgico para neoplasia maligna da mama leva a importântes alterações na vida das mulheres e a alteração da imagem corporal, pode provocar uma atopercepção relacionada a multilação, o quê contribui com a diminuição da sexualidade.
Saúde mental após mastectomia
Diante desse grave problema de saúde pública, nós enfermeiros, profissionais do cuidado devemos prestar assistência a essas mulheres, mesmo depois da mastectomia, enfatizando a promoção da saúde mental dessas mulheres e avaliando constantemente os processos emocionais da autopercepção e de retomada da vida social.
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É importante salientar que algumas técnicas podem ser utilizadas nas consultas de enfermagem para que haja a constituição de vínculo entre profissional e a usuária da saúde. Além disso, devemos compreender o contexto social e familiar e estender o cuidado para os diversos atores envolvidos.
Algumas dificuldades encontradas pelas mulheres mastectomizadas são encontradas na literatura, tais como: comprometimento da autoimagem, enfrentamento dos efeitos adversos da quimioterapia, preconceito e dificuldade da retomada da vida social, dificuldade na retomada da vida afetiva e sexual, dificuldade no acesso ao cuidado psíquico pós tratamento, bem como a dificuldade da continuidade do cuidado. Nesse sentindo se faz importante pensar em estratégias para de cuidado as mulheres mastectomizadas.
Ações da enfermagem
Estratégias de cuidado a mulher mastectomizada:
- Lembre-se que o cuidado se inicia antes do procedimento cirúrgico. É necessário uma preparação psíquica para que o procedimento seja realizado diminuindo as vulnerabilidades da mulher por meio de uma construção emocional positiva;
- Construa vínculo com a mulher, ela precisa de um espaço sensível e seguro para dividir seus anseios e preocupações. As técnicas de comunicação terapêutica podem ajudar os profissionais assim como a escuta qualificada;
- Planeje junto a usuária quais cuidados podem contribuir para a promoção de sua saúde mental, dentro de um projeto terapêutico singular;
- Ofereça espaços em grupos para que a usuária possa se relacionar com outras usuárias do serviço de saúde, estimulando assim a troca de vivências ou experiências, possibilitando assim a construção;
- Estimule a participação da família e sempre considere a família no projeto terapêutico singular;
- Construa estratégia de cuidado para retomada da vida social. Essa estratégia deve ser construída junto a usuária, considerando seus hábitos, costumes e novas possibilidades;
- Construa junto a usuária do serviço, atividades para a promoção da saúde física e mental, considerando as atividades que contribuam para a auto estima dessas mulheres;
- Sempre leve informações clínicas sobre o câncer e mastectomia;
- Reforce sempre a importância do autoexame na prevenção do câncer de mama;
- Promova atividades que diminua a ansiedade e fique atento a qualquer sinal de modificação do comportamento da mulher pós-mastectomia.
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O profissional de enfermagem possui fundamental importância nas atividades individuais e coletivas que envolvam usuárias do serviço de saúde que possuem diagnóstico de câncer de mama, bem como aquelas que passaram pelo procedimento cirúrgico de retirada da mama. Temos um papel fundamental no sentido de minimizar os conflitos identificados, promover o autocuidado e intervir positivamente nos medos e dúvidas dessas mulheres.
Outubro Rosa
No Outubro Rosa, o Ministério da Saúde, instituições, profissionais da saúde e sociedade buscam por meio da conscientização alertar mulheres sobre a importância da prevenção do colo de útero e de outras doenças como o câncer de mama. Lembre-se que o cuidado a saúde da mulher deve ser realizado de maneira integral em seu território e ações de cuidado devem ser realizadas integralmente a essas mulheres.
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Referências bibliográficas:
- Ambrósio D.C.M. Santos, M. A. dos Apoio social à mulher mastectomizada: um estudo de revisão Ciênc. saúde coletiva 20 (3) Mar 2015.
- Galdino AR; Pereira LD; Neto SBC; et al. Qualidade de vida de mulheres mastectomizadas matriculadas em um programa de reabilitação. J. res.: fundam. care. online 2017. abr./jun. 9(2): 451-458
- Do Vale C.C.S.O Dias, I.C. Miranda, K.L. Câncer de mama: a repercussão da mastectomia no psiquismo da mulherMental – v. 11 – n. 21 – Barbacena-MG – Jul-Dez 2017 – p. 527-545
- Souza A.L.V Ana G.S. Costa, Z.M.B da. Análise da qualidade de vida em mulheres mastectomizadas atendidas no ambulatório do HBDF Com. Ciências Saúde. 2014; 25(1): 13-24 1
Adorei essa material sobre câncer de mama.