Autoconhecimento: um importante dispositivo de cuidado em saúde

É importante que o profissional de saúde possa orientar o usuário do serviço que o autoconhecimento é importante para sua vida.

A atenção à saúde integral da população requer do profissional um conjunto de saberes e habilidades para que possa haver o tão esperado cuidado. Como o conceito de saúde se desenvolveu durante a história, exigindo dos profissionais saberes relacionados às funções psíquicas, torna-se importante para os profissionais de saúde que haja relevantes discussões teóricas sobre conceitos e caminhos a seguir na busca de cuidados mais efetivos.

Qualquer cuidado à pessoa requer do profissional a orientação ao conhecimento da complexidade do outro. Para tal, é importante que o profissional de saúde possa orientar o usuário do serviço que o autoconhecimento é importante para sua vida e também para que possamos compreender sua condição de saúde. Desta forma, o autoconhecimento é um dispositivo positivo pessoal e coletivo, na medida que contribui para as práticas de cuidado.

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enfermeira cuidando de paciente e falando sobre autoconhecimento

Afinal, o que é autoconhecimento?

Podemos considerar como o domínio do saber pessoal, que possibilita maior controle sobre suas emoções, sendo elas positivas ou negativas. Conhecer-se favorece o aprendizado do trabalho em equipe, pois a relação interpessoal desenvolve proporções emocionais que tem peso semelhante as metas a serem alcançadas pela equipe, devido ao controle emocional desenvolvido no autoconhecimento. Com o desenvolvimento do autoconhecimento, se tem o controle emocional, potencializando a competência interpessoal.

O autoconhecimento estimula outras construções psíquicas. Conhecer a si mesmo provoca uma autoconscientização. Esta é a capacidade de lucidez, consciência e discernimento pessoal. Permite maior percepção do outro e da relação interpessoal. Destaca-se como condição básica para a saúde. Interfere diretamente na condição de saúde da pessoa. A autoconscientização deve ser o objetivo do enfermeiro para estabelecer no usuário do serviço a relação entre os acontecimentos que permeiam o binômio saúde-doença.

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O autoconhecimento além de provocar uma autoconscientização, provoca um movimento muito importante, compreendido como autoconceito. Este é a forma de concepção e caracterização sobre si, definição da opinião pessoal que se correlaciona com a personalidade. As pessoas, por serem distintas entre si, tendem a responder de formar distintas aos momentos. A construção pessoal é espelho da maturação psicológica e maturação psicológica está relacionada ao desempenho das relações interpessoais.

Nível profissional

Indubitavelmente o autoconhecimento provoca um movimento de cascata, também gerando a autoeficácia que pode ser considerado como a convicção pessoal de organizar e executar tarefas específicas. Auxilia a delinear a utilização de recursos pessoais necessários para alcançar metas. Atua diretamente na motivação e na maneira pelo qual o indivíduo reage a pressões externas, sem perder a funcionalidade. Por meio da autoeficácia, o indivíduo se regula, se motiva, se controla e estabelece metas.

Podemos perceber que a pessoa, vai desenvolvendo a partir do autoconhecimento, habilidades que caminham na direção da centralidade emocional. O autoconhecimento, pode provocar um efeito positivo gerando inclusive a autoestima, que é a apreciação pessoal, a aceitação de si mesmo. A autoestima pode interferir no autoconceito e possuir autoestima positiva beneficia a relação interpessoal, pois ser seguro e confiante, capaz de reconhecer suas qualidades e defeitos, não considerar-se acima ou abaixo de alguém, capaz de avaliar-se e forma crítica e construtiva, torna o indivíduo mais compreensivo das diferenças e individualidades do grupo.

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É importante compreender que o caminho de todos as situações supracitada vai em direção da interpessoalidade positiva. Essa condição deve estar no plano de ação dos profissionais de saúde, uma vez que abre caminho para um cuidado mais autopoético. Quando o usuário do serviço conhece a si, pode estabelecer com o profissional uma dialogicidade que exclui a posição passiva do usuário frente ao profissional, possibilitando uma relação na qual se constrói saúde por ambas as partes, sendo esse o caminho autopoético do cuidado.

Os profissionais de saúde podem utilizar desses dispositivos com a finalidade de construir um cuidado integral e singular a população. Considerando com individualidade o desvelar dos reais problemas de saúde dos usuários do serviço de saúde. Provoca um caminho ligeiramente mais próximo da escuta qualificada, na qual se torna um caminho para o planejamento de ações de cuidado. Refutando assim o modelo tecnicista de fazer antes do saber.

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Referências bibliográficas:

  • FERNANDES, Waldemar José. Saúde mental: uma visão vincular. Rev. SPAGESP ., vol.10, n.2, pp. 19-26, 2009.
  • SILVA, lucylakésia de Carvalho e SILVA, Elisa Alves da. Psicodrama e atividades lúdicas na promoção e prevenção da saúde mental infantil. Rev. NUFEN [online]., vol.11, n.1, pp. 215-231, 2019.
  • ELIAS, Andréa Damiana da Silva; TAVARES, Cláudia Mara de Melo and MUNIZ, Marcela Pimenta. A interseção entre ser enfermeiro e ser terapeuta em saúde mental. Rev. Bras. Enferm, vol.73, n.1, 2020.

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