A Cruz Vermelha surge em Genebra, em meados do século XIX, com a função de auxiliar combatentes feridos na guerra de maneira independente, podendo prestar socorro a qualquer um dos lados. Ao longo do tempo, foi percebida a necessidade que atuassem também de maneira a garantir que as guerras não violassem direitos fundamentais do ser humano, sendo o principal órgão fomentador da Convenção de Genebra, em 1864. Ainda nesse ano, convenceu que os Estados utilizassem uma cruz vermelha com fundo branco, como símbolo internacional para serviços médicos, facilitando a busca por socorro e impedindo que hospitais de campanha fossem atacados de maneira inadvertida durante conflitos.
A história da Cruz Vermelha
Ao longo da Primeira Guerra Mundial, ajudou a coordenar os serviços médicos dos exércitos em campo de batalha, atuou de maneira direta na assistência aos feridos e garantiu que os direitos humanos não fossem desrespeitados, sendo uma das principais articuladoras para que o gás de mostarda não fosse mais usado.
Com a diminuição dos conflitos armados, voltou parte de seus esforços em auxiliar nações que estejam passando por situações de calamidade causadas por surtos, epidemias e desastres naturais ou provocados pela ação do homem.
Em território nacional, a história da Cruz Vermelha confunde-se com a história do ensino formal da enfermagem no Brasil. As sedes do Rio de Janeiro e de São Paulo figuram entre as primeiras instituições que ofereciam cursos de enfermagem a população em geral. O curso tinha um perfil baseado no modelo militar e inicialmente era ministrado por médicos.
Com o advento da Escola de Enfermagem Dona Anna Nery (hoje pertencente à UFRJ) e o intercâmbio entre as duas escolas, o ensino da enfermagem na Escola da Cruz Vermelha começou a ganhar contornos mais científicos e, depois de trinta anos, começou a ser dirigido e ministrado por enfermeiros.
Hoje com múltiplas entidades de ajuda e socorro médico humanitário, a Cruz Vermelha perdeu parte de sua visibilidade e protagonismo no debate público, mas a importância dessa entidade para o início do debate e consolidação dos direitos humanos é incontestável.
Referências bibliográficas:
- TELLES, Irmã M. Histórico da Escola de Enfermagem da Cruz Vermelha Brasileira. Rev. Bras. de Enferm., Brasília, n.3, p.1 53- 1 59, abr.1963
- MOTT, ML; Tsunechiro, MA. Os cursos de enfermagem da Cruz Vermelha Brasileiro e o início da enfermagem profissional no Brasil. Rev. Bras. Enferm., Brasília, v. 55, n. 5, p. 592-599, set.lout. 2002