A esclerose múltipla (EM), é uma doença neurológica, crônica e autoimune que tem a capacidade de afetar o cérebro, tronco cerebral, medula espinhal e os nervos ópticos.
As células imunológicas de um portador de EM, não age protegendo o sistema de defesa do paciente, mas sim agredindo o mesmo com um processo inflamatório.
Como a esclerose múltipla ocorre?
Ocorre um processo chamado de desmielinização (placas), onde o próprio sistema imunológico age atacando a mielina que é uma camada que protege os neurônios. E como consequência deste ataque o corpo não recebe com eficiência os comandos cerebrais devido aos danos causados por este processo.
Estima-se que existam no Brasil 40.000 casos desta doença, sendo 15 casos por 100.000 habitantes. A maioria são mulheres e jovens com idade entre 20 e 40 anos.
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Alguns casos são considerados de predisposição genética, outros são de fatores ambientais que podem funcionar como “gatilho” para o desenvolvimento da doença. A fase da adolescência é considerada a mais suscetível para os fatores ambientais.
Dentre os fatores ambientais temos:
- Infecções virais (vírus Epstein-Barr);
- Baixos níveis de vit D (pouca exposição solar);
- Tabagismo;
- Obesidade;
- Exposição a solventes orgânicos.
Os sinais e sintomas da EM podem acometer o paciente de acordo com a evolução da doença, podendo ainda surgir e sumir regularmente ou até mesmo piorar de forma gradativa. Os sintomas podem inclusive deixar o indivíduo incapacitado.
Sinais e sintomas
- Parestesias em tronco, extremidades ou face;
- Fraqueza;
- Distúrbios visuais;
- Rigidez e espasmos musculares;
- Dificuldade com o controle vesical (incontinência ou retenção);
- Dormência ou formigamento;
- Problemas de memória, alterações de humor e atenção;
- Dificuldade de equilíbrio e coordenação motora (dificuldade para andar);
A esclerose múltipla se apresenta de diferentes formas clínicas:
Remitente-recorrente (EMRR): acomete 85% dos casos, os surtos aparecem e melhoram espontaneamente ou após tratamento, esta forma se manifesta nos primeiros anos da doença e o paciente evolui com uma recuperação completa e sem sequelas.
Secundária-progressiva (EMSP): aproximadamente 10 anos após o diagnóstico, cerca de 50% dos pacientes evoluem para esta forma da doença. Nesta fase o paciente acumula sequelas não mais se recuperando plenamente dos surtos.
Primária-progressiva (EMPP): fase em que acontece piora evolutiva dos surtos.
Progressiva com surtos (EMPS): quarta forma da doença, afeta 5% dos pacientes, nesta fase a doença evolui de forma mais rápida e agressiva com comprometimento de estruturas cerebrais.
O diagnóstico da EM é feito através de achados clínicos e de imagem, em conjunto com a análise de alguns marcadores encontrados no líquor. A ressonância magnética (crânio e medula espinhal) é capaz de apresentar áreas cerebrais lesadas pelo processo de desmielinização do SNC.
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Não existe cura, mas há tratamento, que é feito através de corticóides, imunomoduladores, medicações para dor e para espasticidade, além de cuidados de suporte como fisioterapia e atividades físicas.
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Referências bibliográficas:
- Levin MC. Esclerose Múltipla (EM). [Internet]. Manual MSD versão para profissionais de saúde, 2019. (Acesso 07/08/2021).
- Thomaz RB, Neto HRS. Esclerose Múltipla (EM). Neurologia. Hospital Israelita Albert Einstein. [Internet]. Sem data. (Acesso em 07/08/2021).
- Pfizer. Esclerose Múltipla: entenda mais sobre a doença. [Internet]. Sem data. (Acesso em 07/08/2021).