Na hora de avaliarmos um caso no plantão, é importante termos raciocínio rápido e direcionado. Os mnemônicos, que já são consagrados como estratégia de estudo, também podem nos ajudar na prática médica. Neste post, vamos trazer 5 mnemônicos úteis para conduzir os casos no plantão.
5H`s 5T`s: o clássico da PCR
Você provavelmente já conhece este clássico. Mas optei por iniciar com o mnemônico que mais uso. Foram muitas as vezes em que pensei nos 5H`s e 5T`s para revisar as causas reversíveis de parada cardíaca. Este é o tipo de informação que precisa estar automatizada, já que vamos precisar dela em um momento bastante crítico do atendimento. Então, é sempre válido revisar:
- Hipovolemia;
- Hipóxia;
- Hidrogênio (acidemia);
- Hipo/hipercalemia;
- Hipotermia;
- Tensão no tórax por pneumotórax;
- Tamponamento cardíaco;
- Toxinas;
- Trombose coronariana;
- Trombose pulmonar.
Lembrava de todos?
SNOOP: não deixe passar os sinais de alarme da cefaleia!
Um dos pontos principais na hora de atender um paciente com cefaleia na emergência é diferenciar a cefaleia entre primária e secundária. Em ambos os casos, os pacientes podem se apresentar na emergência ou no ambulatório buscando alívio imediato de sua dor, sem descrever outros sintomas. Neste contexto, a busca ativa de sinais de alarme é essencial para não deixarmos passar nenhum detalhe importante. Uma boa dica para lembrarmos os red flags é o SNOOP:
Para saber mais sobre os red flags das cefaleias, acesse: Cefaleia na emergência: quais red flags devo procurar?
MIST: investigando alteração de nível de consciência
Na hora de investigarmos a alteração de nível de consciência, quais as causas mais prováveis? Segue o MIST (do inglês, névoa):
- Metabólica (ex: eletrólitos, amônia, glicose);
- Infecciosa;
- Structural (estrutural, ex: hemorragia cerebral, dor, constipação);
- Toxinas (álcool, drogas, venenos).
HINTS: diferenciando as vertigens
Como proceder diante de um caso de vertigem na emergência? Investigar todos pode gerar custos desnecessários e danos ao paciente, por outro lado, não podemos deixar passar um AVC.
O teste HINTS (head-impulse-nystagmus-test-of-skew) pode ser utilizado para diferenciação de vertigens periféricas e centrais, indicando quais casos (vertigem central) devem ser melhor investigados quanto a possibilidade de AVE isquêmico.
Para saber mais sobre como realizar o teste de HINTS, acesse: AVE em pacientes com vertigem: Teste HINTS
VIBES: otimizando o atendimento do paciente cirrótico
Para encerrar nossas dicas, vamos trazer um mnemônico para nos ajudar a lembrar as etapas importantes do atendimento inicial ao paciente cirrótico:
- Volume (o paciente está desidratado?);
- Infecção (identificou algum foco infeccioso?);
- Bleeding (sangramento de varizes?);
- Encefalopatia?;
- Screening para outras doenças, como hepatite.
Você costuma usar mnemônicos na sua prática? As dicas foram úteis? Passe no Fórum da PEBMED e compartilhe suas dicas com a gente!
Referências bibliográficas:
- AHA, ACLS 2020 https://eccguidelines.heart.org/circulation/cpr-ecc-guidelines/
- PROTOCOLO NACIONAL PARA DIAGNÓSTICO E MANEJO DAS CEFALEIAS NAS UNIDADES DE URGÊNCIA DO BRASIL – 2018. Academia Brasileira de Neurologia – Departamento Científico de Cefaleia. Sociedade Brasileira de Cefaleia. Disponível em: https://sbcefaleia.com.br/images/file%205.pdf