Coautora: Priscilla Paiva. Enfermeira Especialista em Controle de Infecção Hospitalar. Professora da Universidade Estácio de Sá e UFF. Enfermeira CIH do IFF/FIOCRUZ e Hospital Rio Mar Rede D’Or (HRM).
Coautora: Adriana Reis. Dra e Mestre em Enfermagem. Especialista em Neonatologia, Pediatria e Gestão Hospitalar. Atua atualmente com temas Controle de Infecção e Segurança do Paciente. Docente da UERJ, IFF e convidada em outras instituições. Atua também em consultoria de Controle de Infecção, Qualidade e Segurança do Paciente.
No cotidiano das organizações de saúde, não temos mais dúvidas de que a higienização das mãos é uma técnica barata, de alto impacto para o controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS).
Lavar as mãos é mais que um hábito: é um conceito e um comportamento, que deve ser incentivado e sempre lembrado pelos profissionais de saúde, afinal, as mãos que cuidam não podem ser veículos de infecções.
A pele das mãos de profissionais de saúde abrigam uma variedade de microrganismos que podem ser patogênicos, principalmente em ambientes críticos, como Unidades de Terapia Intensiva (UTI), áreas de oncologia e salas cirúrgicas.
Uma grande preocupação deste século é o controle de germes multirresistentes na assistência. Muitos patógenos com perfis de multirresistência, como Acinetobacter, Klebsiella e Pseudomonas, apresentam perfis de resistência a carbapemênicos, cuja inexistência de antibióticos para seu tratamento é um grande problema para a saúde pública mundial. A higienização adequada das mãos, realizada no tempo correto, conforme descrito pelas principais agências sanitárias nacionais e internacionais, é uma estratégia importante e aliada à disseminação desses microrganismos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) implementou, em 2004, as seis metas internacionais de segurança do paciente para garantir melhores práticas, oferecendo qualidade e segurança na assistência à saúde mundial. No Brasil, a Política Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) foi criada em 2013 e incorporada como política pública nacional através da Portaria Ministerial n° 529. A meta 5 trata da higienização das mãos e tem o objetivo de prevenir e controlar as IRAS nos espaços de assistência à saúde.
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O termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” desde 2007, tendo em vista a complexidade da técnica e a necessidade da realização de acordo com o contexto.
Na prática, são reconhecidas:
Quando usar luvas?
As luvas são utilizadas como precaução padrão e podem ser utilizadas toda vez que o profissional tiver o risco de exposição a sangue e fluidos corporais, materiais contaminados, pacientes colonizados.
Mas usar as luvas não significa proteção total! As mãos devem ser higienizadas imediatamente antes do ato de calçá-las e logo após retirá-las.
Apesar de ser uma prática importante e bastante reconhecida, a adesão continua sendo um grande desafio. Estudos mostram que a adesão à prática de higiene das mãos pelos profissionais de saúde está aquém de 50% . Dessa forma, deve-se pensar em estratégias de melhorias e boas práticas.
Uma atividade de ensino em saúde realizada em uma UTI de um hospital universitário do Rio de Janeiro, com os profissionais de saúde da unidade, referente ao uso racional de luvas e à meta 5 de segurança do paciente (higienização das mãos), possibilitou a discussão coletiva e o aumento da adesão ao uso racional de luvas e à higienização correta das mãos.
Este ano, a Campanha Mundial conclama as pessoas a se unirem em prol da segurança através da higienização das mãos: “Unidos pela Segurança. Higienize suas Mãos”.
E você? Leve esta ideia para sua equipe em nome da segurança das práticas à saúde!
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