A cadeira de rodas pode proteger idosos com imobilidade do risco de fraturas? 

Um estudo foi publicado com o objetivo de investigar se usuários de cadeira de rodas por imobilidade têm risco diferente de fratura e lesões após quedas.

Diversas doenças neurológicas, pulmonares, cerebrovasculares, fraturas ou amputações podem resultar em imobilidade severa, justificando o uso de cadeira de rodas, a qual é capaz de facilitar as atividades do cotidiano e devolver um pouco de qualidade de vida ao paciente. Entretanto, a ausência de carga em membros inferiores pode resultar em osteoporose por desuso, com perda de densidade mineral óssea de 1% ao mês. 

Sendo assim, a imobilidade seria um fator de risco para fraturas devido à osteoporose secundária, porém o uso de cadeira de rodas seria fator protetor para quedas, reduzindo as chances de acidentes. Foi publicado no último mês no “Journal of The American Medical AssociationJAMA” um estudo com o objetivo de investigar se pacientes com imobilidade que são cadeirantes tem um risco diferente de fratura e lesões após quedas comparados com um grupo de pacientes adultos deambuladores. 

Leia também: Cirurgia mais adequada para o tratamento da instabilidade traumática do ombro

O estudo 

O estudo foi retrospectivo de coorte, realizado na Suécia, com base em um registro nacional o qual cobria cerca de 90% das municipalidades do país e abarcou pacientes maiores de 65 anos, ambuladores ou cadeirantes. Os desfechos analisados foram fraturas, quedas com contusões sem fraturas e mortes. 

Métodos 

Um total de 55.442 adultos usuários de cadeiras de rodas foram incluídos na análise (idade média [DP], 83,2 [8,3] anos; 60,5% mulheres). Aqueles que usaram cadeiras de rodas e os 55.442 controles correspondentes foram acompanhados por uma média de 2,0 (IQR, 0,5-3,2) e 2,3 (IQR, 0,8-3,6) anos, respectivamente. 

Resultados 

Os pacientes que usavam cadeiras de rodas tiveram um risco menor de qualquer fratura (razão de risco [HR], 0,43 [IC 95%, 0,41-0,44]), fratura osteoporótica maior (HR, 0,32 [95% CI, 0,31-0,33]) e fratura de quadril (HR, 0,30 [95% CI, 0,28-0,32]) em comparação com os controles deambuladores, associações que foram apenas marginalmente afetadas pelo ajuste multivariável (o mesmo que as variáveis correspondentes). 

O risco de lesão por queda foi menor entre os que usavam cadeiras de rodas do que entre os controles deambuladores e permaneceu altamente semelhante após ajustes. Os pacientes que usavam cadeiras de rodas tiveram um risco significativamente aumentado de morte (HR, 1,35 [95% CI, 1,33-1,36]) em comparação com os controles.  

Veja ainda: Dor neuropática após tratamento cirúrgico de fraturas do rádio distal

Conclusão e mensagem prática 

Nesse estudo de coorte retrospectivo de idosos, o uso de cadeira de rodas foi associado a um menor risco de fratura do que o observado em controles deambuladores. Estes achados sugerem que a imobilidade associada ao uso da cadeira de rodas não deve ser considerada um fator de risco para fratura.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Axelsson KF, Litsne H, Lorentzon M. Comparison of Fractures Among Older Adults Who Are Ambulatory vs Those Who Use Wheelchairs in Sweden. JAMA Netw Open. 2023 Feb 1;6(2):e2255645. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2022.55645. PMID: 36780160; PMCID: PMC9926324. 

Especialidades