A importante discussão sobre a saúde mental no público LGBTQ+

Segundo estudo publicado no The Lancet Child & Adolescent Health, jovens LGBTQ+s tem mais risco de se autoflagelar e de ter depressão. Como evitar isso?

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Segundo um estudo publicado no The Lancet Child & Adolescent Health, jovens de minorias sexuais possuem quatro vezes mais chances de praticarem atos de autoflagelação entre os 16 e 21 anos que os seus colegas heterossexuais. Além disso, também têm mais risco de sofrerem com sintomas de depressão a partir dos dez anos de idade. Os pesquisadores acompanharam quase 5 mil pessoas entre os dez e 21 anos no Reino Unido.

Risco de Depressão e Autoflagelação

O estudo incluiu 4.828 adolescentes nascidos entre 1991 e 1992, da coorte de nascimentos da Avon Longitudinal Study of Parents and Children, que relataram sua orientação sexual aos 16 anos. Sintomas depressivos foram avaliados com o Short Mood and Feelings Questionnaire (sMFQ) em sete momentos entre as idades de dez anos e 21 anos. Um questionário de autoagressão foi completado aos 16 anos e 21 anos. As análises foram modelos multiníveis lineares com curvas de crescimento (sintomas depressivos), modelos logísticos multiníveis (autoagressão no ano anterior aos 16 anos e 21 anos) e regressão multinomial (automutilação ao longo da vida com e sem intenção suicida aos 21 anos de idade).

De acordo com os pesquisadores, as disparidades de saúde mental entre heterossexuais e minorias sexuais estão presentes no início da adolescência e aumentam ao longo dos anos escolares, persistindo até a idade adulta jovem. “A prevenção desses problemas de saúde mental e a intervenção precoce devem ser uma prioridade”, diz o estudo.

Atualmente, a falta de aceitação, a exclusão, a discriminação e a violência em locais de convivência são as principais queixas dos indivíduos pertencentes à comunidade LGBTQ+s.

Dentre esses pacientes, os principais motivos que levam ao desenvolvimento de transtornos psicológicos são a pressão da sociedade e o que a mesma classifica como padrões éticos e morais. Essa resistência de aceitação por parte da sociedade quando se trata dessa minoria se afirma, majoritariamente, por questões fundamentalmente religiosas.

Processo de autoaceitação

“Dentre os motivos citados, o mais importante que os profissionais de saúde devem trabalhar com os seus pacientes é a autoaceitação. Esse processo nem sempre é o mais fácil ou até mesmo o menos traumático. A pessoa vai se percebendo, e, com isso, vai falando a respeito dos sentimentos, tentando não reprimir seus desejos e vontades. Muitos não se aceitam, se culpam e a culpa é o pior dos algozes”, destaca Sabrina Ferrer, psicóloga do FalaFreud, com 14 anos de experiência na área de psicoterapia e Gestão de Pessoas. 

Para a especialista, os médicos que atendem pacientes com essa demanda especial devem observar, valorizar o momento do atendimento para ouvir e acolher, nunca julgando ou menosprezando os problemas trazidos por eles.

“Portanto, é fundamental buscarmos, primeiramente, o conhecimento necessário para entendermos a diferença do outro e ter empatia. Aceitar é um processo, uma situação que não nos é cobrada, mas respeitar é, e recentemente por lei, obrigação de todos. Quando compreendermos que devemos agir com menos preconceitos, formas de bullying e exclusão; e com mais escuta e amor, teremos um mundo muito mais sadio mentalmente e, consequentemente, mais seguro de se viver”, conclui Sabrina Ferrer.

 

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