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A mortalidade e a morbidade maternas vêm aumentando nos Estados Unidos. Boa parte dos casos ocorre no período pós-parto, particularmente relacionados a hipertensão pós-parto ou durante a gestação, com significativas disparidades raciais. Nesse sentido, diante da escassez de pesquisas descrevendo a trajetória da pressão arterial (PA) após gestações com desenvolvimento de distúrbios hipertensivos, Hauspurg e colaboradores realizaram um estudo com esse objetivo.
Utilizando um estudo de coorte prospectivo, os autores avaliaram os valores de pressão arterial durante as 6 primeiras semanas de pós-parto de mulheres que haviam tido algum problema hipertensivo na gravidez, com o objetivo de descrever a trajetória da PA e de verificar se existem diferenças relacionadas a raça auto-referida pelas mulheres nessa trajetória.
Foram analisadas um total de 1017 mulheres com diagnóstico clínico de transtornos hipertensivos desenvolvidos durante a gravidez, no período de 1 de janeiro de 2018 a 31 de dezembro de 2019. Elas foram então incluídas em um programa de monitoramento remoto de PA, com um seguimento de 6 semanas. A aferição da PA foi realizada de 3 a 5 vezes por semana.
Entre as 1017 mulheres, 213 se declararam negras e 804 brancas. A média da PA aferida na primeira consulta de pré-natal de todas as pacientes foi similar (118 x 72 mmHg) e na internação para o parto foi de 150 x 98 mmHg para as mulheres negras e de 145 x 94 mmHg para as mulheres brancas.
Durante as 24 horas seguintes ao parto, a PA máxima média foi de 140 x 88 mmHg independente da raça. Após a primeira semana de pós-parto, no entanto, o pico médio foi significativamente maior nas mulheres negras do que nas mulheres brancas. A mesma tendência manteve-se após 3 e 6 semanas do parto, conforme mostra a tabela abaixo:
O estudo indica que, após a ocorrência de uma desordem hipertensiva durante a gravidez, mulheres negras possuem maior probabilidade do que mulheres brancas de manter a elevação de PA durante as 6 primeiras semanas de pós-parto. Na conclusão do estudo, 68% das mulheres negras e 51% das mulheres brancas preenchiam os critérios diagnósticos para hipertensão arterial de estágios 1 e 2.
A gestação impõe grande sobrecarga ao sistema cardiovascular. Assim como o desenvolvimento de diabetes gestacional aumenta a chance de desenvolver diabetes tipo 2, novos distúrbios hipertensivos na gravidez e também aumentam as chances de desenvolver hipertensão arterial crônica. Nesse sentido, a vigilância deve ser mantida nessas mulheres, com especial atenção àquelas de cor negra. Vale lembrar que o aleitamento materno reduz as chances de desenvolvimento de diabetes e hipertensão, representando uma grande oportunidade para as mulheres melhorarem o curso de sua saúde – e de seus bebês.
Referências bibliográficas:
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