No dia 19 de junho de 2021, o Brasil chegou a marca de 500 mil mortos por Covid-19, uma doença que surgiu na China no final de 2019 e se espalhou por todo o mundo, sabe-se que a infecção pelo SARS-CoV-2 ocasiona sintomas semelhantes ao da gripe: como febre, calafrio, mialgia, cefaleia, congestão nasal, coriza, dentre outros. Por essa razão, ambas as infecções virais podem ser facilmente confundidas.
Cabe destacar que, durante o início de 2020, o coronavírus tornou-se uma pandemia e trouxe a preocupação aos serviços de saúde globais. Essa realidade deu-se pela diferença encontrada entre a influenza e a infecção pela Covid-19, bem como a aflição em meio à possível crise da saúde e à ausência de leitos nos hospitais. Pessoas infectadas pelo novo vírus, quando agravadas, mantinham-se por um tempo maior em internações. Além dessa razão, a incidência começou a aumentar, devido a elevada taxa de transmissibilidade do vírus.
Nesse sentido, por se tratar de um vírus pouco conhecido, sem tratamento, vacina ou conhecimento fidedigno sobre sua forma de transmissão, foram adotadas medidas de proteção individual para redução da transmissão do vírus. Algumas medidas adotadas em todo o mundo foram o uso de máscaras, álcool, lavagem das mãos, distanciamento social e a vacinação contra a gripe.
Campanha de Vacinação contra a Influenza
A 23º campanha contra o Vírus Influenza foi iniciada em 12 de abril e encerrará dia 9 de julho. Essa campanha utiliza a vacina contra a influenza trivalente, que contém três tipos de cepas (A/H1N1, A/H3N2 e B linhagem Victoria), produzida pelo Instituto Butantan. Nesse ano, o programa foi dividido em três fases, para evitar aglomerações nas Unidades de Saúde.
Primeiramente, vacinaram-se os profissionais de saúde, os povos indígenas, as crianças menores de 6 meses até 6 anos incompletos, as gestantes e as puérperas. Posteriormente, foram incluídos os profissionais da educação e os idosos. Na terceira etapa, iniciada em 09 de junho, acrescentaram-se as pessoas com comorbidades, com deficiência permanente, os trabalhadores de transporte público, as forças armadas, os funcionários e a população do sistema de privação de liberdade.
Convém observar que, em 2020, foram notificados 2.150 casos de pacientes hospitalizados por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza no Brasil, concentrando-se nas primeiras semanas epidemiológicas do ano. Nesse contexto, deve-se mencionar que a vacinação contra a gripe permitirá reduzir as complicações decorrentes da doença, os óbitos e as suas consequências sobre a saúde pública, além de reduzir os sintomas que podem ser confundidos com o coronavírus.
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Ademais, conforme relatado em alguns estudos, o vírus Influenza A foi um dos patógenos que mais resultou em coinfecção entre os pacientes com diagnóstico da Covid-19. Nessa perspectiva, por um lado, a exclusão do coronavírus por detecção da presença de outra infecção pulmonar, como o vírus Influenza, traz riscos de subdiagnostificação. Por outro lado, excluir a coinfecção com Influenza, ao diagnosticar o SARS-CoV-2, pode ocasionar um risco ao indivíduo, visto que esse vírus, também, causa a SRAG.
Conclusão
Frente a essa realidade, importa ressaltar a relevância da vacinação contra a gripe e suas implicações na sociedade, assim como incentivar a imunização por meio de divulgações de educação em saúde com o objetivo de garantir a meta de 90% da população alvo vacinada.
Referências bibliográficas:
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- Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de tratamento de Influenza: 2017 [recurso eletrônico]. 2018. Acesso em 20 de jun de 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_tratamento_influenza_2017.pdf.
- Ministério da Saúde (BR). 23ª Campanha Nacional de Vacinação Contra a Influenza. Informe Técnico. Acesso em 20 de jun de 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/marco/16/informe-tecnico-influenza-2021.pdf
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