ACP 2023: Fibrilação atrial no paciente internado

Confira o que foi abordado no congresso do American College of Physicians 2023 sobre a fibrilação atrial no paciente internado.

Na palestra sobre fibrilação atrial (FA) do congresso ACP 2023, o destaque foi dado para a identificação de fatores transitórios. O grande dilema do médico neste cenário é saber: trata-se do primeiro episódio ou a internação apenas “desmascarou” uma FA que volta e meia aparecia silenciosa? Não há resposta definitiva para isso ainda. Por isso, após a confirmação que o paciente está em FA, há duas estratégias que correm em paralelo: a compensação clínica do paciente e o diagnóstico da doença de base.

eletrocardiograma de paciente com fibrilação atrial

Diagnóstico da doença de base

Excluindo os pacientes internados por causas cardiovasculares, os dois principais triggeres de FA no hospital são sepse/infecção e pós-operatório. Em vigência de FA, você deve avaliar:

  • Potássio e magnésio
  • Função renal
  • Isquemia miocárdica silenciosa: ECG e troponina
  • Disfunção miocárdica por estresse agudo (semelhante ao Takotsubo): ECO e BNP
  • Hormônios tireoidianos
  • Hipervolemia
  • Sangramento
  • Dor e ansiedade
  • Derrame pleural e/ou pericárdico

Compensação clínica

No paciente com instabilidade hemodinâmica, é indicada a cardioversão elétrica, independente do tempo de instalação da FA. Nos demais pacientes, o ideal é a realização de um ecocardiograma transesofágico, principalmente se a FA tiver duração incerta e/ou maior que 48 horas; se não houver trombo atrial, é realizada reversão, que pode ser química (propafenona ou amiodarona) ou elétrica.

Como o exame do ECO-TE requer preparo e sedação, o controle da frequência cardíaca é a opção inicial para estabilizá-lo. Metoprolol e diltiazem são boas opções, mas se o paciente tiver disfunção sistólica, o mais seguro é a digoxina.

A necessidade de anticoagulação é determinada pelo ChadsVasc. Se o paciente não apresentar alto risco de sangramento, o correto é todo paciente com FA ser anticoagulado (ACO) pleno, o que pode ser feito com enoxaparina ou um NOAC. Se o ChadsVasc for 0 ou 1, a ACO é suspensa após 30 dias. Se o ChadsVasc for igual ou maior a 2, a ACO é mantida continuamente, baseado na ideia que esses pacientes apresentam maior risco de FA recorrente assintomática e, por isso, se beneficiam do ACO. Este é um ponto que a pesquisa precisa evoluir: identificar o paciente que apresenta uma FA aguda e que se beneficia de tratamento continuado, versus aquele no qual a FA foi claramente transitória e poderá suspender as medicações após a alta.

Confira aqui a cobertura completa do ACP 2023!

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