Uma questão onde sempre tem controvérsias são nas patologias do hiato esofágico, tanto quando se fala da doença do refluxo isolado quando possui volumosas hérnias. Dentro do subgrupo das hérnias de hiato as hérnias gigantes possuem um enorme número de dúvidas que suscitam um grande debate.
O ACS 2023 colocou na mesma mesa diversos cirurgiões de notoriedade para discutir sobre truques e dicas de como abordar uma hérnia de hiato gigante.
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As sessões
A primeira apresentação discutiu se realmente devemos operar todos os pacientes com hérnia de hiato volumosa. Na aula do Dr. Amit Bhargava reportou que os pacientes que chegam com estrangulamento das hérnias devem ter sua hérnia descomprimidas com cateteres naso-gástrico com auxílio de escopia a fim de determinar se todo o estômago foi realmente descomprimido e não apenas um segmento.
Endoscopia que não evidencia lesão gástrica manterá o cng e posterior reparo eletivo. Infelizmente aqueles com suspeita de isquemia do órgão devem ser operados de urgência. No outro oposto temos os pacientes assintomáticos com volumosas hérnias, que apesar de alguns dados demonstrarem que este paciente deva ser operado, na prática eles podem ser observados, especialmente se forem frágeis.
Um outro assunto também que gera controvérsia é a entidade do esôfago curto. Será que realmente existe o esôfago curto?
O doutor Nicholas Bake inicia sua aula colocando isto em debate para a audiência, em quem acredita ou não nesta entidade. Descreve de forma detalhista a cirurgia de Collis que sofreu algumas alterações ao longo do advento da laparoscopia para o alongamento esofágico. Sem dúvida após realizado o alongamento o posicionamento da válvula é bastante facilitado.
E quando você não consegue fechar o hiato?
São muitos os truques para o fechamento do hiato e assim como o esôfago curto, Dr Ujiki apresentou as controvérsias do uso e não uso de tela no reparo do hiato. Telas de PTFE inicialmente apresentaram um ótimo resultado, no entanto após dois anos os trabalhos demonstraram uma alta taxa de recorrência semelhante ao não uso da tela. No entanto, também houve avanço nas telas e as telas biossintéticas têm se mostrado resultados mais duradouros que as demais. Um outro ponto bastante interessante é que a determinação da topografia da transição esôfago gástrica é bastante falha, chegando a dois terços.
A realização de incisão de relaxamento talvez seja a saída para o fechamento do pilar, o qual pode ser feito a direita ou à direita do pilar, sendo que a direita, próxima da cava pode ser um pouco mais familiar e preferido para as cirurgias. Independente do lado que foi realizada a incisão, a mesma deve ser fechada com auxílio de tela.
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Para levar para casa
A hérnia de hiato gigante é motivo de bastante controversa, pois ainda não possuímos uma solução perfeita. Mesmo que você não acredite no uso de telas, ou no esôfago curto, estes devem fazer parte do seu arsenal, visto que pode ser que um dia encontre um caso cuja solução seja realizar um destes procedimentos.
21 mar. 2024 
5 min. 
