Álcool com moderação influencia sobrevida de paciente com IC?

Um estudo averiguou se quantidades moderadas de álcool seriam benéficas na taxa de sobrevivência de pacientes com insuficiência cardíaca. Descubra:

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A dependência do álcool é uma condição que, sob vários aspectos, diminui a qualidade de vida do indivíduo. O alcoolismo pode acarretar em diversas complicações, desde problemas sociais e familiares, até o desenvolvimento de doenças como hepatite, cirrose, câncer, pancreatite e complicações cardiovasculares. Por sua vez, a abstinência alcoólica pode causar uma síndrome caracterizada pela ansiedade, depressão, irritabilidade, oscilações de humor, etc.

Álcool e insuficiência cardíaca

Pesquisadores americanos realizaram um estudo no intuito de averiguar se quantidades moderadas de álcool seriam benéficas na prevenção de eventos cardiovasculares em pacientes com insuficiência cardíaca e na sobrevida destes indivíduos. Os dados foram obtidos de informações de quatro centros médicos nos Estados Unidos registradas entre 1989 e 1993, a análise ocorreu em 2016 e os resultados foram publicados em janeiro de 2019 no periódico JAMA Network.

Leia mais: Alcoolismo: recomendações 2018 da US Preventive Task Force

O estudo prospectivo e de coorte selecionou 393 participantes (idade média de 78,7 anos) que tiveram pelo menos um incidente de insuficiência cardíaca. Os voluntários foram designados em quatro grupos conforme o perfil de consumo de bebida alcoólica durante a semana.

  • Grupo 1: os participantes nunca beberam;
  • Grupo 2: os participantes eram ex-consumidores de álcool;
  • Grupo 3: indivíduos bebiam sete ou menos doses por semana ;
  • Grupo 4: consumiam mais de sete doses de bebida alcoólica semanalmente.

O tempo de follow up foi de nove anos. O desfecho primário observado foi a taxa de sobrevida do paciente após um novo incidente relacionado à insuficiência cardíaca. Ao final do estudo, foram registradas 22 mortes (5,6%).

Resultados

Após ajuste para diversos outros fatores, como obesidade e fumo, o grupo 3 (sete ou menos doses de bebida por semana) teve maior taxa média de sobrevida, totalizando 383 dias em comparação ao grupo abstinente (IC 95% [17-748 dias]; P – 0,04).

Estimativas baseadas em modelos multivariáveis identificaram que o tempo médio de sobrevida do grupo 1 (nunca beberam), do diagnóstico da insuficiência cardíaca até a morte, foi de 2640 dias (IC 95% [1967-3313 dias]); 3046 dias para o grupo 3 (IC 95% [2372-3719]) e para o grupo 4 (mais de sete drinks por semana) o tempo médio foi de 2806 dias (IC 95% [1879-3734]; P = 0.02). Os riscos de sangramento, principal efeito colateral da heparina, também não foram maiores no grupo de alta dose.

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  • Sadhu JS, Novak E, Mukamal KJ, et al. Association of Alcohol Consumption After Development of Heart Failure With Survival Among Older Adults in the Cardiovascular Health Study. JAMA Netw Open.2018;1(8):e186383. doi:10.1001/jamanetworkopen.2018.6383

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