Anvisa orienta clínicas de reprodução assistida sobre varíola dos macacos

Confira as recomendações sobre monkeypox da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para clínicas de reprodução assistida.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou uma nota técnica (NT 34/2022) com recomendações direcionadas às clínicas de reprodução assistida sobre a varíola dos macacos. 

Segundo a agência, embora nenhum caso de transmissão do vírus através de células de embriões, sangue ou tecidos tenha sido confirmado, existe potencial para a transmissão por material biológico. A suspeita está baseada em estudos científicos limitados.

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varíola dos macacos

Conduta

Por medida de precaução, a Anvisa recomenda que indivíduos com sintomas sugestivos de monkeypox, como febre, queda do estado geral e linfonodomegalia, com aparecimento posterior de lesões cutâneas maculopapulares de distribuição centrífuga, evoluindo para vesículas e/ou pústulas.

Pessoas assintomáticas que tenham contato com indivíduos com casos suspeitos ou confirmados também devem evitar a doação por 21 dias, a partir do último dia de exposição ao vírus. 

“A nota técnica reforça aos Centros de Reprodução Humana Assistida (CRHA) que utilizem formulário de triagem clínica padronizado e que sejam incluídos critérios para identificar candidatos à doação que tenham tido contato próximo a pessoas ou animais infectados pela varíola dos macacos ou alguma manifestação de sinais e/ou sintomas infecciosos”, informa a Anvisa. 

Bancos de Células e Tecidos Germinativos estrangeiros

Estas recomendações aplicam-se ainda aos Bancos de Células e Tecidos Germinativos estrangeiros que intencionam fornecer gametas e embriões em processos de importação ao Brasil, devendo os importadores divulgar aos seus fornecedores estrangeiros sobre as diretrizes, assim como comprovar avaliação das medidas adotadas pelos estabelecimentos estrangeiros em questão, para fins de anuência de importação. 

Recomenda-se também a intensificação das orientações de Informação Pós-Doação (IPD) relacionadas ao aparecimento de lesões cutâneas associadas à linfonodomegalia e febre.

América Latina concentra 60% dos casos de monkeypox do mundo

Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (25/8), o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que 60% dos casos globais de monkeypox estão concentrados nos países da América Latina, onde a transmissão do vírus segue em ritmo intenso. 

De acordo com a autoridade de saúde, o aumento de casos no continente ocorre devido a problemas básicos de saúde pública, que incluem a conscientização sobre as maneiras de transmissão da enfermidade e a falta de acesso a vacinas. 

Na última semana, o número de novos diagnósticos globais caiu cerca de 20%. Na Europa, onde o atual surto da doença começou, os diagnósticos diários estão em queda. 

“A realidade dos países europeus comprova a eficácia da informação e da vacinação como medidas de prevenção. Nos estágios iniciais do surto de monkeypox, a maioria dos casos relatados estava na Europa, com uma proporção menor nas Américas. Isso agora se inverteu, com menos de 40% dos casos relatados na Europa e 60% nas Américas”, destacou o líder da OMS. 

Perfil dos casos

Globalmente, 98,5% dos casos estão entre pessoas do sexo masculino. Desse percentual, 76,5% é de homens entre 18 e 44 anos; 0,5% de 0 a 17 anos e 0,1% de 0 a 4 anos. A idade mediana dos infectados é 36 anos. 

No Brasil, segundo dados do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), dos 3,7 mil casos confirmados, 93,2% são entre pessoas do sexo masculino. Desse percentual, 93,9% são em homens entre 18 e 49 anos; 3,5% de 0 a 17 anos e 0,6% de 0 a 4 anos. A idade mediana é de 31 anos. 

O sintoma mais comum é a febre. No Brasil, além da reação térmica do corpo, pacientes relataram inchaço de gânglios, erupções na pele e dores musculares. Quanto aos locais das erupções, 59,9% acometeram órgãos genitais dos infectados, 44,4% no tronco e 40,3% em membros superiores. 

Dos casos confirmados no país, 49,7% estão entre homens que declararam ter relação sexual com outros homens. Quanto ao possível local de contato, 87,6% são referentes a contato íntimo com desconhecidos. 

Números globais

Cerca de 46 mil casos de varíola dos macacos foram confirmados em todo o mundo nos últimos quatro meses e 13 pessoas vieram a óbito, foram relatados em 96 países, com a maioria dos casos nos Estados Unidos, de acordo com o levantamento do site Our World in Data, que faz o acompanhamento dos números. 

No Brasil, as informações mais recentes são de 4.144 mil diagnósticos confirmados, 4.653 suspeitos e um óbito, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Varíola dos Macacos: Anvisa Orienta Clínicas de Reprodução Assistida. Biblioteca Cofen. Disponível em: http://biblioteca.cofen.gov.br/variola-dos-macacos-anvisa-orienta-clinicas-de-reproducao-assistida/
  • Varíola dos macacos: Anvisa orienta clínicas de reprodução assistida. Agência Brasil. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2022-08/variola-dos-macacos-anvisa-orienta-clinicas-de-reproducao-assistida
  • https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/sangue-tecidos-celulas-e-orgaos/notas-tecnicas/2022/nota-tecnica-34-2022-gstco/
  • OMS: América Latina concentra 60% dos casos de monkeypox do mundo. Metrópoles. Disponível em: https://www.metropoles.com/saude/america-latina-concentra-60-dos-casos-mundiais-de-monkeypox-diz-oms
  • Conheça o cenário epidemiológico da varíola dos macacos no mundo e o perfil dos casos. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/agosto/conheca-o-cenario-epidemiologico-da-variola-dos-macacos-no-mundo-e-o-perfil-dos-casos

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