Medicamento para tratamento de câncer infantil é incorporado ao SUS

O Ministério da Saúde disponibilizou três novos medicamentos para tratamento de câncer infantil no SUS. Veja mais sobre a iniciativa.

O Ministério da Saúde incorporou o remédio Blinatumomabe para leucemia linfoblástica aguda (LLA) no Sistema Único de Saúde (SUS). Essa nova incorporação irá beneficiar pacientes com LLA B derivada pediátrica em primeira recidiva medular de alto risco, conforme protocolo estabelecido pela pasta.

Leia também: SUS: Pacientes imunocomprometidos e com infecções fúngicas terão três novas opções de tratamento gratuitas

médica conversando com paciente com efeitos tardios do câncer infantil

Mais sobre a doença e a ação do medicamento

A LLA é um tipo de câncer caracterizado pela produção de linfoblastos (células que, em condições normais se transformam em linfócitos, responsáveis pela defesa do organismo) com material genético danificado. 

Os linfoblastos, que apresentam DNA mutante, se multiplicam rapidamente e se acumulam na medula óssea, fazendo com que células normais e saudáveis do sangue não possam se desenvolver. O Blinatumomabe atua ativando o sistema imunológico para atacar e destruir as células cancerígenas. 

A LLA é o câncer mais comum entre as crianças, com incidência de quatro casos a cada 100 mil crianças anualmente. 

Já a LLA B derivada é uma variação biológica da LLA. Neste tipo da enfermidade, as células com material genético mutante que se multiplicam são as que possuem linhagem B. As leucemias de linhagem B são divididas conforme o seu estágio de desenvolvimento e classificadas em imaturas, intermediárias ou maduras. A forma mais comum é a LLA B derivada de células imaturas. 

As mutações causadoras da leucemia linfóide aguda são adquiridas em vida, não herdadas, o que faz com que a hereditariedade não seja um fator comum na causa da doença. 

Possíveis causas e principais sintomas

A LLA é o tipo de leucemia que mais acomete crianças e adultos, principalmente a partir dos 50 anos. Também é mais incidente em homens e em pessoas caucasianas. 

A causa pode ser proveniente de alguns fatores de risco, como exposição a produtos químicos, como o benzeno, presente em cigarros, colas, produtos de limpeza e outros materiais; exposição a radiações, como a presença em acidentes de reatores nucleares; infecção pelo vírus HTLV-1; e algumas síndromes hereditárias, como Down, Klinefelter, Bloom, Li-Fraumeni, anemia de Fanconi, ataxia-telangiectasia e neurofibromatose. 

Entre os sintomas mais comuns estão palidez, cansaço, sonolência; aparecimento de hematomas, manchas (petéquias) e sangramentos prolongados; infecções constantes, baço e linfonodos aumentados, cefaléia, vômito; e dores ósseas e nas juntas. 

Blinatumomabe

As evidências clínicas apresentadas mostram que em uma população mista de crianças e adolescentes diagnosticados com LLA B derivada em primeira recidiva de alto risco, o Blinatumomabe, em comparação ao tratamento com quimioterapia, reduziu 67% o risco de recidiva, falha ao tratamento ou óbito, aumentando a sobrevida livre de enfermidade em um ano e meio.  

Foi verificado que o uso do remédio está associado à incidência de eventos adversos, como síndromes inflamatórias e neurológicas. 

Entre os pacientes pediátricos, a maior parte consegue atingir a remissão após o primeiro tratamento com quimioterapia e permanecer livre da doença por cinco anos após o diagnóstico. 

Entretanto, de 15% a 20% desses pacientes podem sofrer com o reaparecimento da enfermidade, sendo classificados como de alto risco (AR). As chances de sobrevivência para os pacientes pediátricos classificados de alto risco são de apenas 20%. 

Incidência da doença

A LLA ocorre com mais frequência entre as crianças de dois a quatro anos de idade, tendo 80 casos a cada 1 milhão de crianças por ano, no mundo. Esse número diminui na faixa etária de 8 a 10 anos, ocorrendo 20 casos a cada 1 milhão de crianças. 

No Brasil, no ano de 2010, a incidência na faixa etária de um a quatro anos era de 46 a 57 casos a cada 1 milhão de crianças e 28 a 30 casos a cada 1 milhão de crianças na faixa etária de cinco a nove anos.  

*Esse texto foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • https://vencerocancer.org.br/tipos-de-cancer/leucemia-linfocitica-aguda/leucemia-linfocitica-aguda-sintomas-2/
  • https://www.pfizer.com.br/noticias/ultimas-noticias%20/leucemia-linfoblastica-aguda-lla
  • https://www.spharmus.com.br/wp-content/uploads/2019/10/blincyto.pdf
  • Ministério da Saúde incorpora no SUS medicamento para tratamento de câncer infantil. Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/assuntos/noticias/2022/junho/ministerio-da-saude-incorpora-no-sus-medicamento-para-tratamento-de-cancer-infantil

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