O Ministério da Saúde incorporou três novos medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento de pacientes imunocomprometidos e com infecções fúngicas. São eles: anidulafungina, voriconazol e isavuconazol.
Os remédios foram avaliados e recomendados pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) e serão disponibilizados nos próximos meses na rede pública.
Anidulafungina
Indicado para o tratamento de pacientes com candidemia e outras formas de candidíase invasiva. O agente antifúngico é administrado na veia, apresentando ação contra um amplo espectro de espécies do gênero Candida.
A candidíase reúne um conjunto de infecções que podem se manifestar tanto de forma localizada, como na boca e/ou faringe (candidíase orofaríngea), quanto de forma disseminada. Esta última inclui infecções de corrente sanguínea e de outros tecidos, como o sistema nervoso central e o coração.
Anualmente, a candidíase invasiva afeta mais de 250 mil pessoas em todo o planeta, causando mais de 50 mil óbitos. No Brasil, dados apontam para a ocorrência de 2,5 casos para cada mil internações hospitalares.
Um estudo, publicado em dezembro do ano passado, avaliou os achados clínicos, epidemiologia local e aspectos microbiológicos da candidemia em oito centros médicos no Paraná. Os pesquisadores verificaram 2,7 casos da doença para cada mil pacientes por dia e 1,2 episódios para cada mil internações.
Voriconazol
Indicado para o tratamento de pacientes com aspergilose invasiva, causada por espécies de fungos do gênero Aspergillus e que se manifesta nas vias aéreas e pulmões, podendo envolver outros órgãos e causando infecção do sistema nervoso central, do trato gastrointestinal, olhos, pele, revestimento interno do coração, até mesmo se alastrando por todo o organismo do paciente.
Entre os sintomas estão febre, calafrios, choque, delírio e coágulos sanguíneos. Pode ocorrer também dificuldade de respirar, insuficiência renal e do fígado. Quanto mais cedo se inicia o tratamento melhores serão as chances de recuperação do paciente.
Anualmente, no Brasil, estima-se que ocorram 12 casos de infecção invasiva por fungos do gênero Aspergillus para cada milhão de habitantes.
Isavuconazol
Indicado para o tratamento da fase de consolidação de pacientes diagnosticados com todas as formas de mucormicose. Trata-se de uma infecção rara, com altas taxas de letalidade, que afeta, principalmente, pessoas com imunidade comprometida, vítimas de traumas com perfuração de alguma parte do corpo, com alto índice de ferro no sangue, com diabetes ou câncer nas células sanguíneas ou que já tenham realizado transplante de órgãos.
O Isavuconazol é um remédio que age eliminando ou paralisando o crescimento de diversos tipos de fungos, incluindo os da ordem Mucorales. É indicado para tratamento da mucormicose e da aspergilose invasiva.
O tratamento da mucormicose consiste em administração imediata de medicamentos antifúngicos, composta por duas fases: a de indução (ataque) e a de consolidação (manutenção). A fase de indução dura, em média, quatro semanas e o medicamento indicado é a anfotericina B. A depender das condições clínicas do paciente, podem ser recomendadas cirurgias para remoção dos tecidos que foram atingidos pelo fungo.
A fase de consolidação se caracteriza por um período de manutenção do tratamento, quando existe o controle da enfermidade e tem duração média de seis meses. Nessa fase, apesar de ser possível continuar o tratamento com Anfotericina B, o Isavuconazol é o tratamento recomendado.
4 abr. 2024 
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