A cirurgia de artroplastia total do joelho (ATJ) tem se destacado como uma opção de tratamento viável para pacientes mais velhos com fraturas do planalto tibial (FPT), especialmente por possibilitar uma reabilitação pós-operatória permitindo liberação do arco de movimento e sustentação de carga precoce e pelos desafios devidos ao resultado mais pobre das técnicas de fixação cirúrgica das fraturas devido à frequente associação com má qualidade óssea, cominuição metafisária, ao frágil envelope de tecidos moles, osteoartrite de joelho pré-existente, comorbidades e fragilidade do paciente.
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Um recente estudo publicado na The Journal of Arthroplasty buscou avaliar os resultados clínicos e funcionais associados a ATJ primária (ATJp) em comparação com ATJ secundária (ATJs) no tratamento de FPT em pacientes com 55 anos ou mais.
Métodos
Foi realizada uma pesquisa abrangente nas bases de dados MEDLINE, Embase, e Cochrane até dezembro de 2021. Foram incluídos estudos que investigaram os resultados de ATJ como tratamento inicial para FPT em pacientes com média de idade superior a 55 anos, bem como estudos que examinaram os resultados de ATJ após qualquer outro tratamento inicial para FPT. A qualidade metodológica dos estudos incluídos foi rigorosamente avaliada. Do conjunto de 767 estudos inicialmente considerados, 12 estudos, totalizando 341 pacientes, foram incluídos na análise. Desses, 121 pacientes foram submetidos a ATJp e 220 pacientes a ATJs.
Três dos estudos incluídos alcançaram padrões de alta qualidade metodológica. Foram avaliadas as seguintes complicações: reoperação, infecção profunda, rigidez que requer manipulação sob anestesia, deiscência de ferida, tromboembolismo venoso e qualquer complicação clínica (respiratória, cardíaca, neurológica ou outras).
Resultados
Os resultados revelaram que as taxas de complicações intraoperatórias e pós-operatórias foram mais baixas em pacientes submetidos a ATJp. Quase todas as complicações especificadas foram maiores na coorte ATJs em comparação com a ATJp, exceto pelas fraturas periprotéticas intraoperatórias, que foram mais comuns na coorte ATJp. Especificamente, ATJs esteve associada a uma taxa significativamente maior de rigidez que exigiu reintervenção, bem como a casos de ruptura do tendão patelar. Em relação aos resultados funcionais, os pacientes que passaram por ATJp obtiveram melhores resultados, embora essa diferença não tenha alcançado significância estatística (85,2% versus 79,9%, p = 0,359, intervalo de confiança de 95% de -16,7 a 6,1).
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Conclusão e mensagem prática
Este estudo ressalta a importância da artroplastia total do joelho primária como uma abordagem que pode ser preferível em casos selecionados de ATJ em pacientes mais velhos. Os resultados sugerem que a ATJp está associada à taxas de complicações mais baixas em comparação com a ATJs após FPT. Essa informação é relevante para orientar a tomada de decisão e informar os pacientes sobre os riscos e benefícios associados a cada abordagem. Em última análise, a escolha entre ATJp ou ATJs deve ser feita com base na avaliação individual do paciente e nas necessidades clínicas específicas.
19 mar. 2024 
2 min. 
