No Brasil, o Braille é celebrado em duas datas, no dia 4 de janeiro o Dia Mundial do Braille e no dia 08 de abril, o Dia Nacional do Sistema Braille instituídos para chamar a atenção da sociedade sobre o braille, que é uma das formas de assegurar formas de inclusão para pessoas cegas ou com baixa visão. O relatório mundial sobre visão realizado em 2019 da Organização Mundial de Saúde (OMS), informou que 2,2 bilhões de pessoas possuem algum problema com visão. O braille é um recurso que ajuda pessoas cegas a ter acesso a diversas obras literárias, científicas dentre outras, promovendo inclusão a essa população.
O sistema braille é uma ótima alternativa para que pessoas cegas possam ler, além de ser um instrumento de aquisição de conhecimento. O armazenamento de informações e conhecimento para pessoas cegas é importantíssimo como recurso histórico, de ensino e aprendizado e de estabelecimento de cultura.
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O braille
O sistema Braille é uma invenção do francês Louis Braille em 1925, mas apenas foi totalmente estruturada em 1937. Seu criador era cego e buscou métodos de comunicação usados por soldados franceses. O sistema foi desenvolvido e baseado em pontos com relevos em papéis, podendo ser lidos pelas pontas dos dedos. Os seis pontos existentes podem formar 63 caracteres diversos. Os profissionais de saúde devem considerar relações solidárias e que considere confiança. Para isso é necessário que os profissionais de saúde aprendam diversas possibilidades de comunicação. O acolhimento por meio do conhecimento do sistema braille pode levar a constituição de vínculo. Por isso, vamos aprender um pouco sobre esse sistema.
O sistema braille é constituído por pontos que são disposto em duas colunas e três linhas, possibilitando combinações que representam letras do alfabeto, números e símbolos, fonética entre outras coisas. Para realizar a escrita é necessário que haja um reglete que possui celas, possuindo seis pontos. Na lateral esquerda da reglete temos a primeira coluna com os pontos 1, 2 e 3, já na lateral direita temos os pontos 4, 5 e 6. Para escrever é necessário prender o papel na reglete e pressionar um dos seis pontos ou mais de um de acordo com o alfabeto. É necessário considerar que as letras da leitura são escritas com pontos inversos, como a imagem no espelho. Para que possamos entender melhor vamos apresentar a forma de leitura e o alfabeto.
As diversas possibilidades do sistema braille permite que textos sejam elaborados pro completo sendo ótimos identificadores de localidade, de acesso geográfico. Hoje podemos ver o sistema Braille em locais públicos e privados, como bancos, lanchonetes, instituições de ensino. No entanto, infelizmente esse recurso não está tão presente nos locais onde as pessoas cegas realmente precisariam do sistema, o que iria conferir independência e inclusão. No sistema de saúde o braille não é utilizado e explorado como poderia ser. Hoje as prescrições e cuidados são apresentadas geralmente ao acompanhante da pessoa cega, o que causa diminuição da independência desta pessoa. O sistema Braille, não é um sistema de escrita e leitura convencional, mas é essencial para que pessoas cegas sejam incluídas.
Com o sistema braille, os profissionais de saúde podem:
- Gerar independência na pessoa cega;
- Realizar prescrições e cuidados;
- Escrever horário de medicamentos;
- Indicar os efeitos terapêuticos e adversos dos medicamentos;
- Indicar datas de consulta e atividades do serviço;
- Traçar planos terapêuticos que possam ser constantemente consultados.
Vamos escrever uma palavra ENFERMAGEM por meio do sistema Braille?
Referências bibliográficas
- Oliveira, J. de J.A. B. De. Melo, J. C. de. Sistema Braille no processo de ensino- aprendizagem das pessoas com deficiência visual: da Educação Infantil ao Ensino Superior. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 04, 10, (13), pp. 63-73. Outubro de 2019. Okumura, M.L.M., “Lumiy´s Blog: Visão e Percepção”, 2009. Acesso em: https://lumiy.wordpress.com/
- Medeiros TM, et.al. Acessibilidade de pessoas com deficiência visual nos serviços de saúde. Rev enferm UERJ, Rio de Janeiro, 2017; 25:e11424.
- Silva M J da et.al. Acolhimento e atendimento a pessoas com deficiência na atenção básica: análise das dificuldades apontadas pelos profissionais de saúde. 2017, 17(3), pp: 293 a 309.