Câncer de mama em homens

O câncer de mama masculino é uma doença rara que corresponde a cerca de 1% dos casos de câncer da mama no mundo.

A incidência do câncer de mama homens é cerca de 0,4 em 100.000 comparado com 66,7 em 100.000 nas mulheres. A prevalência aumenta conforme a idade, sendo rara antes dos 30 anos. A média do diagnóstico dos pacientes gira em torno de 60 a 70 anos na grande maioria das pesquisas, o que reflete um diagnóstico em idade mais avançada quando comparado às mulheres

Devido à raridade da doença o diagnóstico, na maioria dos casos, é feito tardiamente, em estádios mais avançados, o que compromete o prognóstico e acarreta maior morbimortalidade em relação aos casos de neoplasia mamária feminina.

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Câncer de mama em homens

Fatores de risco

O câncer de mama é uma doença complexa que resulta da interação de múltiplos fatores de risco (ambientais, hormonais, estilo de vida) com um genoma individual.

O câncer de mama em homens é mais comum na população negra, em idades mais avançadas e em situações que levam ao desbalanço hormonal, com aumento do estrogênio, como obesidade, síndromes genéticas e exposição exógena.

Outro fator de risco importante são as mutações genéticas, especialmente a do gene BRCA2. Cerca de 10% dos casos de câncer de mama em homens estão ligados a mutação desse gene e a presença dessa mutação aumenta em 80 vezes o risco de desenvolver esse câncer quando comparado a população geral.

Aspectos microscópicos

Quanto às características histopatológicas, o carcinoma ductal é o mais frequente, sendo que os casos in situ representam 10% do total, e os padrões de crescimentos mais comuns são os papilares e cribriformes. Além disso, são em sua maioria de baixo grau. O carcinoma lobular in situ é raro, isso porque a mama masculina não apresenta lóbulos terminais. A maioria dos casos são de diferenciação de grau 2 e mais de 90% dos cânceres são receptores de estrogênio (RE) positivo e fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2) negativo.

Apresentação clínica e diagnóstico

O diagnóstico da neoplasia mamária masculina ocorre em média de 5 a 10 anos depois, quando comparado a feminina. Isso pode ser explicado pela detecção por mamografia e conscientização dos sinais precoces de câncer de mama nas mulheres. A demora entre o início dos sintomas até a busca de tratamento foi descrita maior nos homens, em média de 4 a 6 meses, o que favorece a disparidade da distribuição dos estágios entre os sexos.

A enfermidade apresenta-se mais comumente na mama esquerda, com início insidioso e espessamento do tecido mamário glandular (em geral na região retro areolar), presença de nódulo, retração da pele, saída de secreção (sanguinolenta), e posteriormente ulceração. Em homens, a presença de microcalcificações é menos frequente, quando comparado às mulheres.

Não há protocolo definido na avaliação da mama masculina e em casos suspeitos o primeiro exame que deve ser realizado é a mamografia, nas incidências craniocaudal e mediolateral-oblíqua. Ainda existem casos em que as lesões se apresentam palpáveis e não são visualizadas na mamografia, ou ainda assim são vistas incompletas, sendo necessária a complementação pela ultrassonografia.

Na presença de um nódulo com características malignas deve-se indicar a biópsia para confirmação diagnóstica, a core biópsia, que é de escolha para a análise definitiva.

Tratamento e prognóstico

A mastectomia associada à biópsia do linfonodo sentinela é o tratamento de eleição. A cirurgia conservadora da mama é realizada em apenas uma pequena proporção de homens, principalmente devido à maior probabilidade de recorrência.

Na presença de linfonodo sentinela negativo a axila não deverá ser esvaziada. Na presença de linfonodo sentinela comprometido realizar esvaziamento axilar nível I e II, o nível III só deverá ser esvaziado se houver suspeita macroscópica.

Alguns estudiosos recomendam o uso rotineiro de radioterapia pós-mastectomia em todos os estágios do câncer de mama em homens, devido ao seu tamanho mamário menor. A falta de tecido mamário pode resultar em tumores pequenos com margens de ressecção estreitas, para os quais a radioterapia pós-mastectomia pode conferir benefícios significativos de sobrevivência.

A quimioterapia pode apresentar caráter curativo ou paliativo, sua abordagem adjuvante é indicada em pacientes mais jovens, com invasão linfonodal ou de alto risco e fatores de prognóstico ruim. Além disso, a quimioterapia é indicada na melhoria da qualidade de vida, taxa de sobrevivência e de resposta em pacientes com doença metastática.

Já a hormonioterapia deve ser indicada somente nos casos em que os tumores apresentam resposta positiva para receptores hormonais. O tamoxifeno pode apresentar empiricamente uma resposta efetiva ao câncer de mama masculino devido à alta prevalência de tumores positivos para receptores de estrogênio.

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Quanto ao prognóstico, o câncer de mama masculino é de pior prognóstico em relação ao câncer feminino, devido alguns fatores, tais como: menor quantidade de tecido mamário, maior proximidade do tumor à pele e ao plano muscular, localização central do tumor, que somados propiciariam uma invasão de estruturas adjacentes, além de favorecer precocemente a disseminação vascular e linfática.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
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