Câncer ginecológico: prevenir é melhor que remediar

Quando detectamos uma doença grave como câncer ginecológico em suas fases iniciais todas as variáveis somam-se em favor do paciente.

Sem dúvida nenhuma quando temos a oportunidade de detectar uma doença grave ou uma neoplasia, como o câncer ginecológico, em suas fases iniciais, o tratamento torna-se mais em conta, a sobrevida melhora muito, enfim, todas as variáveis somam-se a favor do paciente. Não é diferente quando falamos em prevenção de neoplasias ginecológicas.

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Câncer Ginecológico, prevenir é melhor que remediar

A prevenção primária para o câncer de mama está relacionada diretamente aos fatores modificáveis:

  • Dieta: manutenção de peso adequado através de uma dieta balanceada. Evitar ganho de gordura corporal protege a conversão periférica hormonal que pode ser agressiva ao tecido mamário.
  • Prática de atividade física regular: pelo menos 30 minutos de atividade por dia. Independente da perda de peso, protege pela diminuição contato com substâncias carcinogênicas com parede intestinal, melhora imunidade (defesas melhores contra agressões de células invasoras).
  • Evitar ingestão de álcool: a redução ou o cessar melhora muito a chance protetiva contra neoplasias mamárias.
  • Amamentação: importante fator modificável que também garante proteção ao tecido mamário em todas as idades. Quanto mais tempo (2 anos diminuem em 10% prevalência) for mantido o aleitamento materno, maior será a proteção da glândula contra o câncer de mama.

Outros

Fatores não modificáveis infelizmente não permitem intervenção da mulher para mudar o seu curso, como fatores hereditários e os relacionados ao ciclo reprodutivo (menarca precoce e menopausa tardia).

Por outro lado, quando falamos de câncer de colo uterino temos um agente potencialmente relacionado à sua gênese: o HPV (vírus do papiloma humano). Sabemos que a infecção pelo HPV é transitória, nos casos onde ela é persistente, temos a possibilidade de infecção por subespécies oncogênicas capazes de evoluir para câncer de colo uterino (principalmente), mas também podendo acometer vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca.

A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada.

A principal forma é pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal. Também pode haver transmissão durante o parto.

Não está comprovada a possibilidade de contaminação por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.

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Com a vacinação contra o HPV antes do início da vida sexual e fazendo o exame preventivo (de Papanicolaou ou citopatológico), que pode detectar as lesões precursoras. Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas é possível prevenir a doença em 100% dos casos.

O exame deve ser feito preferencialmente pelas mulheres entre 25 e 64 anos, que têm ou já tiveram atividade sexual. Os dois primeiros exames devem ser feitos com intervalo de um ano e, se os resultados forem normais, o exame passará a ser realizado a cada três anos.

Referências bibliográficas:

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  • Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Dieta, nutrição, atividade física e câncer: uma perspectiva global: um resumo do terceiro relatório de especialistas com uma perspectiva brasileira / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. – Rio de Janeiro: INCA, 2020. 140 p: il. color. Traduzido e adaptado de: Diet, nutrition, physical activity and cancer: a global perspective: a summary of the third expert report. Disponível em: https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/dieta_nutricao_atividade_fisica_e_cancer_resumo_do_terceiro_relatorio_de_especialistas_com_uma_perspectiva_brasileira.pdf

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