Paciente de 60 anos vem ao pronto-socorro com relato de contato com “lagartas-de-fogo” enquanto podava uma árvore (mangueira) no quintal da sua casa. Refere início imediato de edema, exantema e dor em queimação intensos em face posterior do antebraço esquerdo. Não havia outras alterações relevantes ao exame físico.
Quando se questiona ao paciente como eram essas “lagartas-de-fogo”, o mesmo informa que as mesmas se encontravam agrupadas em grande quantidade na árvore e que trouxe algumas ao hospital.
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Quiz PEBMED
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Pergunta 1 de 5
1. Pergunta
Diante da foto, qual o gênero das lagartas apresentadas?
Correto
Resposta: a) Lonomia
A penetração de cerdas de lagartas (lepidópteros; da ordem Lepidoptera) na pele inocula toxinas, provocando o envenenamento pelo gênero Lonomia. Nomes populares incluem taturana, oruga, ruga, lagarta-de-fogo, e apresentam grande variedade morfológica.
A família Megalopygidae (megalopigídeos) possui cerdas pontiagudas, curtas e que contem as glândulas de veneno, no meio de outras cerdas longas, coloridas e inofensivas. A família Saturniidae (saturnídeos) tem “espinhos” ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, mimetizando as plantas que habitam.
Incorreto
Resposta: a) Lonomia
A penetração de cerdas de lagartas (lepidópteros; da ordem Lepidoptera) na pele inocula toxinas, provocando o envenenamento pelo gênero Lonomia. Nomes populares incluem taturana, oruga, ruga, lagarta-de-fogo, e apresentam grande variedade morfológica.
A família Megalopygidae (megalopigídeos) possui cerdas pontiagudas, curtas e que contem as glândulas de veneno, no meio de outras cerdas longas, coloridas e inofensivas. A família Saturniidae (saturnídeos) tem “espinhos” ramificados e pontiagudos de aspecto arbóreo, mimetizando as plantas que habitam.
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Pergunta 2 de 5
2. Pergunta
A apresentação clínica é compatível com um acidente por Lonomia?
Correto
O gênero Lonomia é um saturnídeo, cujo veneno tem efeito hemorrágico. O veneno é composto por fosfolipases A2, achelase, lonomina e serina-proteases. O veneno causa dor, edema, uma coagulopatia com queda do fibrinogênio e hemólise intravascular. Localmente haverá dor em queimação, irradiação, eritema, edema e adenomegalia dolorosa. Raramente pode haver bolhas e necrose cutânea. Os sintomas regridem em 24h. Sistemicamente pode haver queixas de cefaleia, mal-estar, náuseas, dor abdominal, sangramentos (gengivorragia, equimose, epistaxe, hematúria, hematêmese e hemoptise).
Incorreto
O gênero Lonomia é um saturnídeo, cujo veneno tem efeito hemorrágico. O veneno é composto por fosfolipases A2, achelase, lonomina e serina-proteases. O veneno causa dor, edema, uma coagulopatia com queda do fibrinogênio e hemólise intravascular. Localmente haverá dor em queimação, irradiação, eritema, edema e adenomegalia dolorosa. Raramente pode haver bolhas e necrose cutânea. Os sintomas regridem em 24h. Sistemicamente pode haver queixas de cefaleia, mal-estar, náuseas, dor abdominal, sangramentos (gengivorragia, equimose, epistaxe, hematúria, hematêmese e hemoptise).
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Pergunta 3 de 5
3. Pergunta
Qual a classificação da gravidade do acidente por Lonomia apresentado?
Correto
Resposta: d) Não classificável por ausência de dados
A classificação da gravidade de acidentes lonômicos depende das manifestações locais, presença de distúrbios da coagulação e hemorragia, conforme o quadro a seguir:
Classificação Manifestações locais
Distúrbio da coagulação
Hemorragia
Leve
Presente
Ausente
Ausente
Moderado
Presente
Presente
Ausente ou presente, porém limitada à pele e mucosas e sem alterações hemodinâmicas Grave
Presente
Presente
Presente em órgãos internos, com alterações hemodinâmicas e/ou falência de múltiplos órgãos Tabela 1. Classificação da gravidade do acidente lonômico
No caso em questão como não foram disponibilizados resultados de exames laboratoriais não podemos definir a gravidade clínica do paciente com segurança (se leve ou moderada).
Incorreto
Resposta: d) Não classificável por ausência de dados
A classificação da gravidade de acidentes lonômicos depende das manifestações locais, presença de distúrbios da coagulação e hemorragia, conforme o quadro a seguir:
Classificação Manifestações locais
Distúrbio da coagulação
Hemorragia
Leve
Presente
Ausente
Ausente
Moderado
Presente
Presente
Ausente ou presente, porém limitada à pele e mucosas e sem alterações hemodinâmicas Grave
Presente
Presente
Presente em órgãos internos, com alterações hemodinâmicas e/ou falência de múltiplos órgãos Tabela 1. Classificação da gravidade do acidente lonômico
No caso em questão como não foram disponibilizados resultados de exames laboratoriais não podemos definir a gravidade clínica do paciente com segurança (se leve ou moderada).
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Pergunta 4 de 5
4. Pergunta
Quais exames laboratoriais deverão ser solicitados imediatamente para este paciente?
Correto
Resposta: a) Hemograma, TAP, TTPa, tempo de coagulação, fibrinogênio, ureia e creatinina.
Metade dos pacientes expostos ao veneno de Lonomia apresenta distúrbio da coagulação sanguínea, com ou sem hemorragia. O tempo de coagulação pode estar alterado e deve se reverter conforme soroterapia (em até 24h). Normalmente não há alteração na contagem de plaquetas. A alteração da função renal classifica o acidente como grave.
Incorreto
Resposta: a) Hemograma, TAP, TTPa, tempo de coagulação, fibrinogênio, ureia e creatinina.
Metade dos pacientes expostos ao veneno de Lonomia apresenta distúrbio da coagulação sanguínea, com ou sem hemorragia. O tempo de coagulação pode estar alterado e deve se reverter conforme soroterapia (em até 24h). Normalmente não há alteração na contagem de plaquetas. A alteração da função renal classifica o acidente como grave.
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Pergunta 5 de 5
5. Pergunta
Sabendo que não há distúrbios da coagulação e não houve ocorrência de hemorragia ou alteração da função de outros órgãos, qual o tratamento adequado para este paciente?
Correto
Resposta: c) Lidocaína a 2% e compressas frias
Casos leves devem receber tratamento sintomático, com compressas frias e aplicação de lidocaína a 2% nas áreas próximas a lesão para redução da dor. Em acidentes moderados e graves, o paciente deverá ficar em repouso e receber o soro específico por via endovenosa: cinco ampolas de soro antilonômico em caso de acidentes moderados e 10 ampolas em casos graves.
Na ausência de soro antilonômico, agentes antifribinolíticos poderão ser utilizados, como Ácido épsilon-aminocaproico. Anemia aguda deverá ser tratada com transfusão de concentrado de hemácias. Sangue total ou plasma fresco são contraindicados devido ao risco de desencadear Coagulação intravascular disseminada.
Referências bibliográficas:
- Velasco IT, Brandão Neto RA, de Souza, HP, ed. Medicina de emergência: abordagem prática. 13. ed. Barueri, SP: Manole, 2019.
- Carrijo-Carvalho LC, Chudzinski-Tavassi AM. The venom of the Lonomia caterpillar: an overview. Toxicon. 2007;49(6):741-57.
- Brasil. Ministério da Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2. ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001.
Incorreto
Resposta: c) Lidocaína a 2% e compressas frias
Casos leves devem receber tratamento sintomático, com compressas frias e aplicação de lidocaína a 2% nas áreas próximas a lesão para redução da dor. Em acidentes moderados e graves, o paciente deverá ficar em repouso e receber o soro específico por via endovenosa: cinco ampolas de soro antilonômico em caso de acidentes moderados e 10 ampolas em casos graves.
Na ausência de soro antilonômico, agentes antifribinolíticos poderão ser utilizados, como Ácido épsilon-aminocaproico. Anemia aguda deverá ser tratada com transfusão de concentrado de hemácias. Sangue total ou plasma fresco são contraindicados devido ao risco de desencadear Coagulação intravascular disseminada.
Referências bibliográficas:
- Velasco IT, Brandão Neto RA, de Souza, HP, ed. Medicina de emergência: abordagem prática. 13. ed. Barueri, SP: Manole, 2019.
- Carrijo-Carvalho LC, Chudzinski-Tavassi AM. The venom of the Lonomia caterpillar: an overview. Toxicon. 2007;49(6):741-57.
- Brasil. Ministério da Saúde. Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2. ed. Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2001.