Caso clínico de uma consulta pediátrica: diagnósticos de enfermagem

Durante o exame físico, a enfermeira identificou IMC 30 e percentil acima de 95, identificando uma obesidade grau 1.

No dia 23 de abril comemora-se o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. Nesse contexto, no ano passado apresentamos uma reflexão em tempos de pandemia, bem como discutimos alguns fatores de risco como a obesidade infantil. Diante da temática e de sua importância para consolidar ações de prevenção à hipertensão arterial infantil, consideramos fundamental refletir sobre esse contexto na prática profissional durante uma consulta de enfermagem pediátrica.

S.N.V, 6 anos, sexo feminino, compareceu a consulta pediátrica acompanhada da sua mãe. Durante o exame físico, a enfermeira identificou IMC 30 e percentil acima de 95, identificando uma obesidade grau 1. A mãe relatou que a menina ganhou peso no último ano, devido a pandemia da covid-19. Ao ser questionada sobre os hábitos de vida e alimentação do último ano, a mãe disse que devido a “correria” do dia a dia precisou incluir alimentos industrializados e mais práticos na alimentação. Informou, também, que trabalhou em home office e precisou dividir a atenção entre a filha e seu trabalho. Nesse contexto, diversas vezes oferecia achocolatados, iogurtes, bolinhos industrializados, refrigerante e biscoitos. A mãe muito chorosa falou que não possui rede de apoio e que é mãe solo, nesse sentido, foi um ano difícil e que utilizou de recursos práticos para manter a filha alimentada e com entretenimento. Além da alimentação, utilizou recursos audiovisuais como celulares, desenhos e filmes para mantê-la  quieta durante o seu período de reuniões. Na consulta também foi realizada a avaliação da pressão arterial com valor igual a 120×80 mmHg. A enfermeira perguntou sobre histórico familiar de hipertensão e a mãe disse que tanto ela quanto o pai da criança possuem hipertensão, bem como obesidade.

Diante dos fatos, quais os diagnósticos de enfermagem podem ser identificados?

A)   Pressão arterial elevada; IMC elevado; Estilo de vida sedentário e Alimentação com déficit de carboidrato.
B)   Pressão arterial elevada; IMC elevado, Estilo de vida sedentário e nutrição desequilibrada.
C)   Pressão arterial dentro do valor de normalidade; Obesidade; Estilo de vida sedentário e Alimentação deficiente.
D)   Pressão arterial dentro do valor de normalidade; Sobrepeso; Estilo de vida sedentário e Grau de conhecimento da família deficiente.

Resposta: B

Considera-se pressão arterial elevada em crianças valores maiores ou iguais ao percentil 90, de acordo com sexo, idade e altura.

Além disso, como descrito no exame físico, a criança apresentava índice de massa corporal elevado de acordo com seu peso e altura, sugerindo uma Obesidade Grau 1. O risco para hipertensão e obesidade estão associados ao estilo de vida sedentário da criança, com ausência de atividades físicas e excesso de exposição às telas. A anamnese durante a consulta revelou a ingesta de uma alimentação pobre em frutas, legumes e verduras, bem como o excesso de alimentos com alto teor de açúcares. Dessa maneira, a nutrição desequilibrada também é um diagnóstico de enfermagem nesse caso.

Veja mais no App Nursebook, com os conteúdos de Hipertensão Arterial e a sua prescrição.

Autores:

Nathalia Schuengue: Enfermeira pediatra pelo Instituto Fernandes Figueira • Mestre em saúde da criança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Mariana Marins: Enfermeira, especialista em saúde da família. Mestre em educação pela Universidade Federal Fluminense. Experiência na gestão de unidade básica de saúde no Município do Rio de Janeiro e atualmente Gestora em Saúde no Município de Maricá.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Flynn JT et al. Clinical practice guideline for screening and management of high blood pressure in children and adolescents. [internet] Pediatrics 2017; 140(3).
  • Hockenberry MJ, Wilson DW. Fundamentos de Enfermagem Pediátrica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014.
  • Malachias MVB. 7ª Diretriz brasileira de hipertensão arterial. Arq Bras Cardiol 2016;107 (3):1-103.
  • Kaufman A, et al. Hipertensão arterial na infância e adolescência. Departamento Científico de Nefrologia, Sociedade Brasileira de Pediatria. Abril, 2019.

Especialidades