Caso clínico: paciente com risco de embolia pulmonar na emergência [podcast]

Neste episódio, Vinicius Zofoli, fala sobre como manejar um paciente com embolia pulmonar na emergência. Confira!

Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia a dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica.

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A embolia pulmonar é uma condição médica em que um coágulo sanguíneo viaja pela corrente sanguínea e se aloja nos vasos pulmonares, bloqueando o fluxo de sangue para os pulmões. Isso pode levar a sintomas graves, como falta de ar súbita e dor torácica, representando um risco à vida se não tratado rapidamente.

Neste episódio, o intensivista e editor-chefe de terapia intensiva do Portal, Vinicius Zofoli, fala sobre esse quadro e seu manejo através de um aborda um caso clínico.

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embolia pulmonar

Fisiopatologia

A fisiopatologia envolve a tríade de Virchow, que compreende estase sanguínea, lesão endotelial e estado de hipercoagulabilidade. Após a formação de trombo em outro local do corpo (principalmente membros inferiores), o mesmo se desloca pela circulação, se impactando no pulmão.

Apresentação Clínica

Anamnese

A apresentação clínica é muito variável, observando-se desde quadros assintomáticos (maioria) até quadros graves com instabilidade hemodinâmica, ou até mesmo morte súbita.

A doença pode ser classificada de duas formas:

  • Pela duração do quadro em:
    • Aguda (quadro inicia imediatamente a obstrução);
    • Subaguda (surgem sintomas após dias ou semanas);
    • Crônica (apresentação após anos de doença);
  • Pela localização do trombo em:
    • Sela;
    • Na bifurcação das duas artérias pulmonares (casos mais graves);
    • Lobar;
    • Segmentar e subsegmentar.

Quadro clássico: Dor torácica aguda em pontada, ventilatório-dependente (pleurítica), dispneia, tosse e hemoptise (pouco usual).

Sintomas atípicos: Síncope, crise convulsiva, dor abdominal, febre, diminuição do nível de consciência, dor em flanco, nova fibrilação atrial, delirium (em idosos), chiado no peito.

Identificar fatores de risco adquiridos:

  • Idade avançada;
  • História familiar e/ou pessoal de trombose;
  • Cirurgia recente;
  • Trauma de membro inferior recente;
  • Imobilizações prolongadas;
  • Histórico de neoplasias malignas;
  • Uso de anticoncepcional oral;
  • Obesidade;
  • Gravidez ou puerpério;
  • Tabagismo;
  • Hipertensão arterial;
  • Insuficiência cardíaca;
  • Síndrome nefrótica;
  • Hemoglobinúria paroxística noturna;
  • Doenças mieloproliferativas;
  • Doença inflamatória intestinal;
  • Trombofilia;
  • Neoplasia maligna.

História familiar: Presença de um ou mais parentes de primeiro grau apresentando quadro de doença tromboembólica com menos de 50 anos sugere defeito hereditário ou suscetibilidade aumentada.

Estados de hipercoagulabilidade:

  • Mutação do fator V (de Leiden);
  • Deficiência de proteínas C e S;
  • Deficiência de antitrombina;
  • Hiper-homocisteinemia;
  • Mutação no gene da protrombina;
  • Síndrome do anticorpo antifosfolipídeo;
  • Deficiência de plasminogênio ou aumento do inibidor de ativação do plasminogênio;
  • Deficiência de fator XII.

Quando suspeitar de estado de hipercoagulabilidade: Trombose venosa profunda não provocada, recorrente em pacientes jovens (< 50 anos).

Exame Físico

Principais achados: Taquipneia, dispneia, cianose, dessaturação, estertores pulmonares, taquicardia, P2 hiperfonética, sopro de insuficiência tricúspide, turgência jugular patológica, sinais clínicos de trombose venosa profunda em membro inferior.

A partir da gravidade e apresentação clínica, diferencia-se o tromboembolismo em síndromes clínicas:

  • Embolia pulmonar maciça: Obstrução tromboembólica de pelo menos 50% da árvore arterial pulmonar, com consequente cor pulmonale agudo e elevado risco de choque cardiogênico;
  • Embolia pulmonar moderada: Obstrução tromboembólica de aproximadamente 30% da árvore arterial pulmonar, geralmente acompanhada de disfunção do ventrículo direito;
  • Embolia pulmonar leve: Obstrução tromboembólica de menos de 30% da árvore arterial pulmonar, sem consequências importantes sobre a função ventricular direita e esquerda, mantendo pressão arterial normal, sendo variedade de bom prognóstico e excelente resposta terapêutica à anticoagulação;
  • Infarto pulmonar: Embolia pulmonar pequena que acomete a periferia do pulmão, evoluindo com infarto da região e, geralmente, acompanhada de dor torácica, leucocitose, febre e hemoptise.

Veja ainda: Hemorragia peri-intraventricular no prematuro

Saiba mais conferindo o episódio completo do podcast do Whitebook. Ouça abaixo!

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