CBMEDE 2022: Saiba quais são as 19 armadilhas da covid-19 em pediatria

Pandemia da covid-19 trouxe novos desafios para o atendimento de emergências pediátricas e merece tratamento especial.

A última palestra de pediatria do CBMEDE 2022 (Congresso Brasileiro de Medicina de Emergência Adulto e Pediátrica) em Florianópolis foi ministrada pelo pediatra intensivista e emergencista pediátrico João Carlos Batista Santana, chefe da Unidade de Emergência Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

O tema “Covid na criança e suas armadilhas: Perimiocardites e SIMP” foi abordado de forma bastante didática, deixando dicas importantes para a prática do pediatra, em especial no pronto-socorro.

Pontos de atenção

O palestrante resumiu o tópico e denominou “as 19 armadilhas da covid-19 em pediatria”, descritas abaixo:

  • O coronavírus já existia. É um vírus antigo e o comportamento da família Coronaviridae já é conhecido;
  • A pandemia trouxe pânico e confusão, mas as crianças foram afetadas de forma diferente;
  • As manifestações clínicas da covid-19 em crianças têm um padrão muito diferente dos adultos: menos quadros respiratórios e outros diagnósticos, como a síndrome inflamatória multissistêmica (SIM-P);
  • A SIM-P deve ser cogitada e ela, sim, apresenta mais complicações na infância;
  • As doenças respiratórias em crianças praticamente não ocorreram no ano de 2020; o vilão na pediatria não necessariamente é o SARS-CoV-2, mas a literatura tem mostrado dados que ressaltam a importância do vírus sincicial respiratório;
  • Mesmo com todas as orientações feitas para se evitar a transmissão de doenças respiratórias, temos que pesar as necessidades econômicas e sociais da família de se deixar ou não a criança na escola;
  • As dificuldades de estudos em crianças limitam as avaliações de tratamento;
  • Os óbitos em crianças ocorreram em pacientes com comorbidades prévias, como portadores de obesidade e anemia falciforme, por exemplo;
  • A aderência à vacinação nas crianças reduziu com a pandemia – nos Estados Unidos, inclusive, foi relatado um caso de poliomielite (não havia relatos desde 1979). No Brasil, houve pouca aderência ao Programa Nacional de Imunizações (PNI);
  • As imunizações podem apresentar efeitos adversos, mas é importante a educação da população para se evitar o movimento antivacina;

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  • Síndrome pós-covid tem sido relatada em adultos com doenças crônicas, mas as manifestações clínicas podem ser distintas nas crianças – necessidade de mais estudos;
  • A mitigação das curvas auxiliou no controle das exposições, mas com a ausência de isolamento social, ressurgem as outras doenças respiratórias;
  • Em vigência de pandemia, se a criança apresenta febre, devemos pensar na covid-19;
  • Em vigência de pandemia, se a criança não tem febre, não podemos descartar a possibilidade de covid-19;
  • A forma respiratória não é a mais frequente em crianças, mas é comum nos meses frios;
  • É necessário pensar na possibilidade de covid-19 quando ocorre um quadro inesperado, como encefalites, abcessos, adenites, apendicites, nefrites, perimiocardites, acidente vascular encefálico e síndrome de Guillain-Barré;
  • A bronquiolite é uma epidemia em pediatria;
  • Evidências científicas são requeridas;
  • Entidades e órgãos governamentais devem atuar na responsabilidade social.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • https://cbmede.com.br/