Garantir a qualidade da assistência já não é algo novo em nenhum seguimento da saúde e proporcionar ferramentas que agreguem a segurança do paciente certamente é um fator decisivo na percepção deste sobre o ambiente no qual está sendo atendido.
Visto que o centro cirúrgico é um ambiente de alta complexidade onde mesmo os pequenos erros podem ser fatais, é importante estruturar a assistência prestada de maneira sistemática e objetiva, onde os profissionais da equipe multidisciplinar podem se comunicar de forma clara e universal (SILVA, et al, 2016).
Pensando nesta estruturação única e buscando atender as metas internacionais de segurança, o check-list de cirurgia segura torna-se mandatório e essencial em qualquer complexidade de atendimento cirúrgico.
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Importância do check-list de cirurgia segura
Segundo Mota Silva e et al (2017) o check-list de cirurgia segura é um instrumento que proporciona a verificação dos pontos críticos da assistência durante o processo cirúrgico, incorporando as boas práticas na rotina da equipe multidisciplinar. Entretanto neste mesmo estudo surge o alerta: é necessária integração e interação entre os elementos da equipe para que o instrumento seja de fato um facilitador e não um estressor frente às diferentes tarefas a serem executadas.
Para Peixoto, Pereira e Silva (2016), a utilização do check-list também é de grande importância na prevenção de eventos adversos já que a checagem é realizada em três tempos (antes da indução anestésica, antes da incisão cirúrgica e antes da saída de sala operatória) e volta o olhar dos profissionais aos pequenos detalhes. Além disto, essa ferramenta apresenta fácil aplicabilidade e baixo custo de implementação.
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Deve-se então capacitar toda a equipe envolvida neste processo e reforçar a importância da utilização correta do check-list frente a uma cultura organizacional voltada para a segurança e melhor experiência do paciente, uma vez que a própria equipe pode ser considerada como fator crítico para a correta execução do protocolo.
Ainda abordando a importância da participação ativa da equipe multiprofissional, Souza et al (2016) afirma que a alta gestão também deve estar engajada em quebrar paradigmas e proporcionar uma conscientização universal em prol do objetivo comum que é garantir um atendimento de qualidade ao paciente e um ambiente de trabalho saudável aos colaboradores, organizando e agilizando toda a assistência prestada.
Além do procedimento
Ribeiro et al (2019) levantam também a importância do check-list e de seu registro no amparo jurídico aos profissionais, pacientes e instituição de saúde, uma vez que erros consideráveis inaceitáveis (ex: paciente errado, sitio errado ou retenção de corpo estranho na cavidade) podem e devem ser prevenidos através da realização do check-list em todas as suas etapas.
Referências Bibliográficas
- Silva EFM, et al. Conhecimento dos Profissionais da saúde sobre Checklist de Cirurgia Segura. Arquivos de Ciências da Saúde. 2017;24(3):71-78. doi: 10.17696/2318-3691.24.3.2017.731.
- Peixoto SKR, Pereira BM; Silva LCS. Checklist de Cirurgia Segura: Um Caminho a Segurança do Paciente. Saúde & Ciência em ação – Revista Acadêmica do Instituto de Ciências da Saúde. 2016;2(01).
- Ribeiro L, et al. Checklist de cirurgia segura: adesão ao preenchimento, inconsistências e desafios. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões [online]. 2019;46(5):e20192311. doi: 10.1590/0100-6991e-20192311.
- Silva CSO, et al. Checklist de Cirurgia Segura: os desafios da implantação e adesão nas instituições hospitalares brasileiras. Revista Espaço Ciência & Saúde. 2017;5(2).
- Souza RM, et al. Aplicabilidade do Checklist de Cirurgia Segura em Centros Cirúrgicos Hospitalares. Rev. SOBECC. 2016; 21(4): 192-197.