Chupeta: prós e contras do uso

O uso da chupeta ainda é motivo de muitas discussões no meio pediátrico. Muitos estudos avaliaram os benefícios do seu uso e sua associação com o Aleitamento Materno.

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O uso da chupeta ainda é motivo de muitas discussões no meio pediátrico. De fato, muitos estudos observacionais e randomizados avaliaram os benefícios do seu uso e sua associação com o Aleitamento Materno (AM). A OMS desencoraja fortemente o uso da chupeta por alegar que seu uso pode atrapalhar o AM, enquanto a Academia Americana de Pediatria (AAP) recomenda seu uso após o AM estar bem estabelecido, devido à prevenção de Morte Súbita do Lactente (SMSL).

Estima-se que dois terços das mães oferecerão chupeta para seus filhos em algum momento dentro do primeiro ano de vida. No Brasil, constatou-se uma redução acentuada do uso nos últimos anos, porém na prática diária ainda é um hábito extremamente comum.

O uso de chupeta tem sido associado com a menor duração do AM. Estudos observacionais constataram que o desmame precoce entre 01 e 24 meses é mais frequente em crianças que usam chupeta, porém essa associação ainda é questionada por muitos estudiosos. Assim, as recomendações sobre o seu uso ainda são controversas em todo mundo.

Os estudos mais recentes apontam três hipóteses que poderiam explicar a relação do uso da chupeta com o desmame precoce. Primeiramente, acredita-se que o uso frequente da chupeta possa levar ao fenômeno chamado confusão dos bicos, no qual o bebê acaba preferindo o bico artificial, dificultando assim a pega ao seio materno. A segunda hipótese acredita que a introdução da chupeta ocorre devido a problemas na amamentação, logo, neste caso, a chupeta seria uma consequência e não uma causa para o desmame. E, por fim, a terceira hipótese, baseia-se no temperamento e comportamento do bebê durante a amamentação e na interação mãe-bebê.

Mais da autora: ‘Prematuridade – orientações e cuidados com o bebê’

Muitos estudos também questionam o tempo de introdução da chupeta, ou seja, se a introdução mais precoce ou mais tardia geraria alguma relação com o AM. O que sabemos de fato é que nas primeira semanas de vida os bebês ainda estão amadurecendo os reflexos orais e aprendendo a ordenha da mama, portanto a introdução da chupeta nessa fase seria mais prejudicial.

Por outro lado, a AAP recomenda o uso da chupeta após o estabelecimento da amamentação, o que geralmente ocorre por volta de 3-4 semanas de vida. Podemos citar como benefícios do uso desse artefato a estimulação da sucção não nutritiva, que por sua vez pode auxiliar RN pré-termo a maturar a sucção sem prejudicar o AM, a redução significativa da SMSL, em especial se a chupeta for oferecida na hora de dormir, no manejo da dor no RN, quando se acredita que a chupeta modula a dor diminuindo assim os sinais de aumento de FC e FR durante procedimentos dolorosos, e a modulação de comportamento agitado, o que reafirma a ação tranquilizadora da chupeta.

Por fim, podemos dizer que não existe uma recomendação única quanto ao uso de chupeta em crianças amamentadas, portanto cabe ao pediatra esclarecer aos pais os prós e contras, sempre avaliando individualmente cada bebê e sua família.

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