Cientistas do Reino Unido alertam para dois novos sintomas da varíola dos macacos

Novas apresentações clínicas de infecção por varíola dos macacos foram identificadas em estudo do Sistema Nacional de Saúde britânico.

Um novo estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) apontou dois novos sintomas identificados em pacientes com o vírus monkeypox (varíola dos macacos) que ainda não eram associados à doença: dor na região do ânus e inchaço no pênis.

“Novas apresentações clínicas de infecção por varíola dos macacos foram identificadas, sendo elas dor na região do reto e edema peniano. Essas características devem ser incluídas nas divulgações de saúde pública para ajudar no diagnóstico precoce e diminuir a transmissão posterior”, disse o estudo.

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Outra descoberta foi que apenas 25% dos infectados afirmaram ter tido contato com uma pessoa contaminada pelo vírus monkeypox. Por isso, os pesquisadores não descartam a possibilidade de transmissão assintomática ou com poucos sintomas.

O estudo foi realizado por pesquisadores da Fundação Guy’s and St Thomas, do Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS), onde o primeiro caso da atual crise foi detectado.

Cientistas do Reino Unido alertam para dois novos sintomas da varíola dos macacos

Metodologia do estudo

Foram analisados 197 casos confirmados entre maio e julho. A maioria dos pacientes (86%) relatou sentir sintomas que condizem com uma doença sistêmica: febre (62%), linfonodos inchados (58%), dor retal (36%), dores musculares (32%), dor de garganta (16%), edema peniano (15%), lesões orais (13%), lesões solitárias (11%) e inchaço das amígdalas (4%). A média de idade dos voluntários foi de 38 anos.

Embora nenhum óbito tenha sido registrado no grupo analisado, cerca de 10% dos indivíduos precisaram ser hospitalizados, a maioria com edema peniano grave, dor de garganta intensa, inflamação e perfuração na região anal.

“A compreensão dessas descobertas terá grandes implicações para o rastreamento de contatos, secretarias de saúde pública e para medidas contínuas de controle e isolamento dos casos de infecções”, escreveram os autores.

A atualização das orientações de saúde com os novos sintomas é importante para evitar subnotificações e diagnósticos errados da doença. De acordo com os cientistas, 14% dos infectados no Reino Unido não se enquadram sequer como caso provável de varíola dos macacos.

Transmissão entre humanos

O que também preocupa os especialistas é que o surto está se espalhando de pessoa para pessoa, principalmente entre redes de HSH.

O diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS) aconselhou, nesta quarta-feira (27), que homossexuais, bissexuais e trabalhadores do sexo reduzam o número de parceiros sexuais como medida de prevenção e comuniquem novos parceiros sobre a possibilidade de contágio e exposição.

Tedros Adhanom Ghebreyesus destacou ainda que, “embora 98% dos casos até agora estejam entre homens que fazem sexo com homens, qualquer pessoa exposta pode pegar a varíola dos macacos” e que “o estigma e discriminação podem ser tão perigosos quanto qualquer vírus e podem alimentar o surto”.

Números da varíola dos macacos

Mais de 18 mil casos de varíola dos macacos já foram relatados à OMS em 78 países, incluindo seis óbitos, um deles no Brasil. Mais de 70% dos casos relatados vêm da Europa e 25%, das Américas.

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O boletim divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (28) indica que o país registrou até agora 1.066 casos da doença.

O estado de São Paulo é o que mais registra casos da varíola dos macacos, no país, com mais de 750 casos. O Rio de Janeiro aparece em segundo lugar, com mais de 120, e Minas Gerais em terceiro, com mais de 40 casos. Os números exatos ainda não foram atualizados pelas secretarias de saúde estaduais.

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