Cirurgia minimamente invasiva versus aberta no câncer de endométrio de alto risco

Uma revisão sistemática e metanálise publicada no Obstetrics & Gynecology realizou uma coorte com 2.332 pacientes de 14 estudos.

O câncer de endométrio ocupa o sétimo lugar de prevalência entre as neoplasias malignas femininas. Sua incidência é maior em países desenvolvidos e tem aumentado a mortalidade em torno de 1,9% nos últimos anos, principalmente pelo aumento da obesidade ao redor do mundo, já que é um fator de risco para neoplasia endometrial.

Nos países desenvolvidos, acomete mais os pacientes entre 65 e 75 anos idade. É classificado em dois subtipos: quando a histologia traz o subtipo endometrioide entra no grupo 1, enquanto todos os outros subtipos são agrupados no câncer endometrial tipo 2.  

A abordagem cirúrgica por laparotomia tem sido o tratamento clássico com a realização de histerectomia com anexectomia bilateral. Nos últimos anos, as técnicas minimamente invasivas têm ganhado lugar com resultados semelhantes às técnicas abertas e seguimento com baixas recidivas.

Por último, temos a abordagem robótica ganhando lugar no tratamento de pacientes, principalmente os obesos, onde a dificuldade técnica pode ser complicadora.

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medicamentos jogados em uma mesa para câncer de endométrio

Estudo

Uma revisão sistemática e metanálise publicada no Obstetrics & Gynecology realizou uma coorte com 2332 pacientes de 14 estudos (incluindo pacientes tratadas na Mayo Clinic de 1999 a 2016, com neoplasia endometrial de alto grau). A avaliação incluiu intervalo livre de doença e sobrevida geral dessas pacientes, tanto as operadas na Mayo Clinic quanto dos estudos selecionados (estudos até dezembro de 2020).  

Os resultados foram semelhantes ao restante da literatura, corroborando com a possiblidade de tratamento com cirurgia minimamente invasiva para neoplasias endometriais de alto grau, com resultados semelhantes à abordagem por laparotomia. A metanalise não mostrou diferenças significativas para sobrevida geral ou intervalo livre de doença, tanto na abordagem minimamente invasiva quanto na abordagem abdominal (RR 0,93, 95% IC 0,82 – 1,05, I 20%, P =0,23 e RR 0,92, IC 95% 0,77 – 1,11, I 31%, P = 0,12).

Mensagem prática 

Assim, conclui-se que, se possível, as técnicas minimamente invasivas podem ser, seguramente, utilizadas para tratamento das neoplasias endometriais de alto grau. Os benefícios já são consagrados, como menor tempo cirúrgico e de internação, volta às atividades mais precocemente, menores taxas de infecção e menor perda de sangue intraoperatória. 

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Dinoi, Giorgia MD; Ghoniem, Khaled MD; Murad, M. Hassan MD; Segarra-Vidal, Blanca MD; Zanfagnin, Valentina MD; Coronado, Pluvio J. PhD; Kyrgiou, Maria PhD; Perrone, Anna M. PhD; Zola, Paolo MD; Weaver, Amy MS; McGree, Michaela BS; Fanfani, Francesco MD; Scambia, Giovanni MD; Ramirez, Pedro T. MD; Mariani, Andrea MD. Minimally Invasive Compared With Open Surgery in High-Risk Endometrial Cancer: A Systematic Review and Meta-analysis. Obstetrics & Gynecology 141(1):p 59-68, January 2023. | DOI: 10.1097/AOG.0000000000004995