Como profissional de enfermagem, é bem provável que você já tenha se sentido sobrecarregado com o serviço, deprimido, com problemas de saúde física e mental, com ganho de peso excessivo e hábitos alimentares pouco saudáveis. Talvez tenha tido algum tipo de lesão nas costas, moral abalada ou falta de satisfação com o trabalho. Tais situações infelizmente são comuns e têm sido descritas em estudos recentes.
Mas não basta sabermos o que é negativo para nós, sem fazermos algo a respeito. E para que os espinhos se transformem em flores e tenhamos mudanças restauradoras e perenes, o autocuidado é a chave para nossa saúde. Através dele percebemos que nós, e não só o trabalho, somos prioridade e merecemos cuidados edificantes e promotores da nossa saúde física, emocional e espiritual. E como alcançar esse equilíbrio?
O autocuidado
Para a teórica Dorothea Orem, o autocuidado é a prática de atividades pelo indivíduo em prol do bem-estar e manutenção da própria vida. Ademais, precisamos lançar mão do autocuidado de próximo nível, aquele capaz de mudar efetivamente nossa rotina ou comportamento. Estudos apontam que a carga horária menor que 40 horas por semana na assistência, expressar as emoções, se exercitar, participar de grupos de apoio, incorporar atividades espirituais no ambiente de trabalho, alimentação saudável, estratégia cognitivo-comportamental e higiene do sono, são formas pessoais para alcançar maior satisfação e melhorar a saúde.
E nesse contexto, além das práticas descritas, vêm sendo estudado e consolidado as recomendações para utilização das Práticas Integrativas e Complementares (PICs). Tratam-se de cuidados baseados no conhecimento tradicional, com sistemas de diagnósticos e de tratamento distintos. Porém têm em comum a visão de integração corpo-mente e a intenção de resolver a causa do problema, e não apenas tratar os sinais e sintomas decorrentes do desequilíbrio orgânico e mental.
Quiz: Você sabe qual o papel da enfermagem do trabalho nas organizações?
Dentre as PICs, na enfermagem, temos encontrado bons resultados atrelados ao mindfulness, meditação, ioga, acupuntura e auriculoterapia. Tais atividades a princípio serão de conforto, e a posteriori devem se manter leves e substanciais, a fim de alcançar um equilíbrio entre corpo, mente e espírito. Portanto, lembremos que para cuidar do outro é preciso cuidar de nós mesmos, e as práticas integrativas podem ser o gatilho para o nosso autocuidado. E, quem sabe, para uma vida melhor.