Como o preço dos medicamentos afeta o tratamento do paciente?

Na crise econômica que estamos passando, o acesso aos medicamentos pode estar sendo a principal causa de não adesão ao tratamento.

Na crise econômica que estamos passando, o acesso aos medicamentos pode estar sendo a principal causa de não adesão ao tratamento. Um estudo americano apresentado este mês concluiu que a grande variedade de preços em três produtos genéricos usados para tratar a insuficiência cardíaca acaba afetando os pacientes com menos condições. A pesquisa mostrou que as doses baixas de digoxina + lisinopril + carvedilol variaram de US$ 20 a US$ 256, e, as doses altas, de US$ 12 a US$ 397, dependendo da farmácia, mas que a variação não estava relacionada ao tipo da loja, região ou renda mediana local.

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No Brasil, podemos estar vivendo algo parecido, principalmente com a atual situação econômica do país. No início do ano, uma resolução da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed), órgão do Governo Federal que controla cerca de 9 mil remédios, fixou em 12,5% o reajuste máximo permitido aos fabricantes. É a maior alta nos últimos anos e visa compensar a inflação e o aumento de custos, como alta do dólar e a energia elétrica; em 2015 foi permitida uma alta de 7,7%, e em 2014, 5,68%.

A autorização, que antes considerava três faixas de medicamentos para variar os valores de acordo com a necessidade e competição do mercado, este ano considerou apenas uma. Sendo assim, todos os remédios controlados pelo Governo podem ter aumentado de acordo com a mesma taxa, causando efeito em muitos doentes. Você já pensou que seus pacientes podem ter deixado de fazer algum tratamento devido ao preço? Você costuma pesquisar valores antes de fazer as prescrições? Onde?

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O estudo

A ideia da pesquisa americana veio depois que um paciente com insuficiência cardíaca entrou em contato com seu médico porque não teria condições de comprar a digoxina que lhe foi prescrita, que custava cerca de US$ 100. O médico era Paul Hauptman, professor da faculdade de medicina de Saint Louis University, nos Estados Unidos, e cardiologista especializado na doença, que decidiu conduzir um estudo com um grupo de pesquisadores da universidade. Para isso, foram coletados os preços de duas doses de digoxina, lisinopril e carvedilol em prescrições de 30 e 90 dias, em mais de 170 farmácias (153 cadeias de lojas) de 55 CEPs.

Além da variação de preço, média de US$ 67 para doses baixas e de US$ 70 para doses altas, a digoxina se mostrou a mais cara. Para o grupo de pesquisadores, os doentes que mais podem sentir os efeitos negativos são os que não têm plano de saúde e/ou os que têm opções limitadas de drogarias nas localidades onde vivem.  De três grandes redes, só uma tinha o mesmo valor (ou próximo) em todas as lojas. Os resultados foram apresentados no 2016 American Heart Association Scientific Sessions, em New Orleans.

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250-BANNER4Referências:

  • https://www.thecardiologyadvisor.com/aha-conference-highlights-2016/heart-failure-generic-drug-pricing-variability/article/572836/
  • https://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2016/04/governo-autoriza-reajuste-de-ate-125-no-preco-dos-remedios.html

 

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