Como realizar traqueostomia em crianças durante a pandemia de Covid-19?

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu uma nota de alerta com orientações acerca de traqueostomia em crianças durante a pandemia do Covid-19.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu uma nota de alerta com orientações acerca de traqueostomia em crianças durante a pandemia do Covid-19. Veja os principais pontos da publicação.

médico mexendo em cânula de traqueostomia em crianças

Traqueostomia em crianças na Covid-19

Realização de traqueostomia:

  • A confecção de traqueostomia e os cuidados associados (aspiração, troca de cânula) são procedimentos geradores de aerossóis, que permanecem em suspensão no ambiente por tempo prolongado e podem percorrer grandes distâncias;
  • Crianças com intubação prolongada (14-21 dias) e sem perspectiva de extubação são elegíveis para traqueostomia. A decisão de realizar o procedimento deve sempre ser discutida com a equipe assistente. Outros casos eletivos de traqueostomia devem ser evitados, se possível;
  • Traqueostomias de urgência ou emergência devem ser, se possível, realizadas em centro cirúrgico. A indução anestésica deve seguir a sequência rápida e deve-se evitar ventilação com pressão positiva com máscara facial;
  • Caso esta seja necessária, deve ser realizada por duas pessoas e com quatro mãos, garantindo o bom acoplamento da máscara à face para não haver fuga de ar;
  • Em caso de via aérea difícil pode ser utilizada temporariamente a máscara laríngea, e, se possível, intubação por fibrobroncoscopia;
  • A traqueostomia deve ser realizada usando paramentação completa (máscara N95, gorro, óculos descartáveis, aventais impermeáveis e luvas estéreis);
  • Sempre que possível, realizar o procedimento em sala sob pressão negativa. Se não for possível, realizá-lo em sala com portas fechadas e com equipe mínima;
  • Recomenda-se limpeza terminal da sala, e não utilizá-la por uma hora após o procedimento.

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Troca de cânula de traqueostomia:

  • É sugerido limitar o número de trocas durante a pandemia para minimizar o risco de contaminação. Atentar para o risco de obstrução da cânula;
  • Deve-se monitorar os pacientes em conjunto com os pais e cuidadores através de um canal virtual.

Exame físico do paciente com traqueostomia:

  • Ao examinar um paciente com traqueostomia, sugere-se uma máscara cirúrgica sobre o orifício de traqueostomia para evitar a contaminação do examinador e do ambiente;
  • Se um paciente com traqueostomia necessitar de internação hospitalar, deve-se atentar para sinais e sintomas de Covid-19 além da história de exposição. Caso exista suspeita de Covid-19, idealmente deve ficar em quarto isolado.

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