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Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas nasceu em Oliveira, em Minas Gerais, no dia 9 de Julho de 1879. Filho de cafeicultores, formou-se médico na então Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e teve como um dos seus grandes mestres Oswaldo Cruz. Sob sua tutela, iniciou estudos sobre a malária e técnicas de sanitarismo para reduzir as epidemias próximas a áreas urbanas.

Durante uma expedição a Minas Gerais, cidade de Lassance, se deparou com uma doença até então desconhecida: começava aí a descrição da Doença de Chagas. Ter descoberto todo o processo da doença, seu vetor, o protozoário e todo o ciclo é uma descoberta incrível, quanto mais para um médico no início do século XX. Só para vocês terem uma ideia, não existia ainda nem a penicilina ou a transfusão de sangue.

Na Universidade Federal Fluminense, o Prof Evandro Tinoco Mesquita, Titular de Cardiologia, é um dos maiores estudiosos da vida de Carlos Chagas no Brasil. Autor de um livro sobre a vida de Carlos Chagas e a descoberta da doença, ele destaca duas curiosidades na história deste brilhante médico:

Por que Chagas não foi contemplado com Prêmio Nobel? Em um artigo publicado no Arquivos Brasileiros de Cardiologia, prof Evandro e colaboradores buscaram os motivos. “Ao longo de sua carreira, Chagas recebeu homenagens de relevância nacional, como cargos de gestão sanitária pública, e também internacional, como o prêmio Schaudinn, na Alemanha, contemplado pela descoberta mais importante de protozoologia.

Por esses motivos, por quatro vezes recebeu indicação ao Prêmio Nobel, mas nenhuma delas se concretizou. Os motivos propostos são: não valorização da descoberta de uma protozoose tropical, opositores médicos na América do Sul que duvidavam de sua pesquisa e até medidas impopulares na época em que foi Ministro da Saúde, como a obrigatoriedade da vacinação contra varíola”.

Outro fato curioso na história de Chagas é que no início da carreira, em 1903, foi convidado por Oswaldo Cruz para trabalhar com ele em Manguinhos. Em um primeiro momento, o cargo foi recusado, pois Chagas “acreditava que sua vocação era ver pacientes”, tendo preferido o cargo de médico no Hospital de Jurujuba, em Niterói (RJ). Lá, pacientes com suspeita de peste bubônica que chegavam em navios eram colocados em quarentena e sob cuidado médico. Só no ano seguinte aceitou o convite para estudar e combater a malária: foi enviado para Santos, a fim de controlar uma epidemia no porto, e na volta ingressou de vez na equipe da Fiocruz.

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Referências:

1. https://www.portalsaofrancisco.com.br/biografias/carlos-chagas
2. https://www.ebiografia.com/carlos_chagas/
3. Jorge B, Lanzieri P. “Um homem, uma doença, uma história”. Edição única. EdUff, Rio de Janeiro, 2010.

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