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A Organização Mundial da Saúde recomenda que o consumo diário de açúcar não ultrapasse 10% das calorias ingeridas diariamente, em uma dieta saudável. Maiores benefícios à saúde podem ser alcançados se o consumo diário de açúcar for reduzido para 5% das calorias ingeridas (ou cerca de 25 g de açúcar/dia).
O açúcar total consumido diariamente é composto pelo açúcar de mesa e pelo utilizado nas refeições e os açúcares adicionados aos alimentos, refrigerantes e bebidas prontas para consumo, além do mel, xaropes e sucos de frutas com adição de açúcar.
O consumo de açúcar é cada vez mais discutido como um alvo de intervenção para reduzir a prevalência de obesidade, diabetes e outras doenças não transmissíveis.
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O maior consumo de açúcar foi associado à maior prevalência de depressão em vários estudos ecológicos e transversais. Até o momento, poucos estudos investigaram a associação prospectiva do consumo de alimentos e bebidas doces com a depressão.
O artigo, publicado no Scientific Reports, utilizou dados da coorte Whitehall II e analisou o consumo de açúcar de alimentos e bebidas doces e a ocorrência de transtornos mentais comuns em mais de 5.000 homens e mais de 2.000 mulheres por um período de 22 anos entre 1983 e 2013.
O estudo classificou o consumo diário de açúcar de alimentos e bebidas doces em três grupos. Os homens que consumiram mais de 67 g tiveram uma chance aumentada de 23% de transtornos mentais comuns (como ansiedade e depressão) incidentes após cinco anos (independentemente dos comportamentos de saúde, fatores sócio demográficos e relacionados à dieta, adiposidade e outras doenças) em comparação com aqueles com baixo consumo, ou seja, que consumiram menos de 39,5 g.
Homens e mulheres com transtornos de humor e alto consumo de açúcar também tiveram maiores chances de apresentarem depressão recorrente após 5 anos em comparação com aqueles com baixo consumo, mas esse resultado não foi independente de outros fatores sóciodemográficos, de saúde e relacionados à dieta.
O estudo confirmou, portanto, um evento adverso do consumo de açúcar de alimentos/bebidas doces na saúde psicológica em longo prazo e sugere que uma menor ingestão de açúcar pode estar associada a uma melhor saúde psicológica.
Veja também: ‘Existe uma quantidade segura para consumo do açúcar?’
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Referências:
- Knüppel A, Shipley MJ, Llewellyn CH, Brunner EJ. Sugar intake from sweet food and beverages, common mental disorder and depression: prospective findings from the Whitehall II study. Sci Rep [Internet]. 2017;7(1):6287. Available from: http://www.nature.com/articles/s41598-017-05649-7
QUANDO SE FALA EM CONSUMO DE AÇÚCAR, DEVO ENTENDER ESTAREM INCLUÍDOS OS CARBOIDRATOS DE ALTO ÍNDICE GLICÊMICO (E, MESMO, O CONSUMO EXAGERADO DE CARBOIDRATOS QUE NÃO DE ALTO ÍNDICE GLICÊMICO). O CONSUMO DE CARBOIDRATOS EM EXCESSO, ALÉM DO QUE FOI MENCIONADO EM RELAÇÃO AOS “AÇÚCARES”, TAMBÉM AUMENTA A INCIDÊNCIA DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES, ENTRE OUTRAS.
INFELIZMENTE O FOCO RECAI SOMENTE SOBRE AS GORDURAS.