Covid-19: Aglomerações nos estádios de futebol

A Confederação Brasileira de Futebol definiu regras para a retomada das torcidas e com o avanço da imunização, essas regras se modificaram.

A vacinação avança no Brasil e o número de casos positivos para Covid-19, vem gradativamente diminuindo na medida que a imunização de rebanho se efetiva. Diversos estados atingiram 100% de adultos acima de 18 anos vacinados em relação a primeira dose, excluindo aqueles que de maneira reacionária a ciência ou por elementar política, negam se vacinar. O que acontece é que vemos o avanço da imunização e a queda dos dados de internação, e com isso, a vida vai voltando ao normal, assim como atividades coletivas. Uma das maiores paixões do brasileiro, o futebol, iniciou um processo visto por muitos como precipitado, iniciando partidas de futebol com público reduzido e agora, no final do campeonato brasileiro, pudemos constatar quase lotação máxima nos estádios de futebol, o que gerou diversas discussões.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) definiu regras para a retomada das atividades desportivas e com o avanço da imunização, essas regras foram se modificando. No inicio, a presença do público era de até 30% e o protocolo permitia somente a entrada de pessoas que receberam a primeira e a segunda dose ou dose única. Além disso, era necessário teste antígeno RT-PCR de Covid-19 negativo com máximo de 72 horas de antecedência do jogo. Atualmente, apenas é necessário apresentar o esquema vacinal completo, que pode ser apresentado de forma impressa ou pelo aplicativo do Conecte SUS na maioria dos estádios de futebol, além disso, é obrigatório o uso de máscaras. No entanto, o que podemos ver nas telas da TV é o descumprimento do uso de máscara, na maioria dos estádios.

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futebol

Mas o que revela os estudos preliminares sobre a transmissão do Covid-19 nos estádios?

Sabemos que o futebol é além de um esporte uma atividade econômica que movimenta milhões de reais no Brasil. Assim como diversas atividades, seu retorno foi esperado por milhares e uma forte pressão política foi exercida para que tudo voltasse ao normal. Os estudos não foram efetivos e progressivos para que houvesse um contrapondo, para identificar o processo de infecção nestes locais, mas estudos anteriores provaram que em locais de aglomeração, há aumento do número de casos e infecção. No entanto, com avanço da vacinação, os estados constataram diminuição significativa em todos os coletivos estudados e em alguns locais do Brasil, vários dias fecharam sem nenhuma morte, dado este que dá esperança a população.

O protocolo de recomendações para retorno do público aos estádios competições da CBF em 2021 descreveu as seguintes regras para a liberação dos jogos de futebol no Brasil. Essas iniciativas se ligam à taxa de normalidade da doença que é uma pontuação que pode ser usada como um critério para o retorno e permanência, ou até para o fechamento em caso de necessidade. Essa pontuação considera seis parâmetros da pandemia no município:

  • Taxa de Incidência (casos novos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias)
  • Tendência da taxa de casos novos por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias
  • Mortalidade por Covid-19 por 1.000.000 habitantes nos últimos 14 dias
  • Tendência da taxa de mortalidade por 1.000.000 habitantes nos últimos 14 dias
  • Letalidade de Covid-19 (global)
  • Percentual da população PLENAMENTE VACINADA contra SARS-CoV-2

Além disso, a vacinação que é instrumento obrigatório para a participação do evento, além de ser cientificamente comprovada a redução significativa da transmissão entre pessoas vacinadas. Inicialmente no final de agosto de 2019, a CBF, sob orientação de instituições de saúde, criou um critério de competição para viabilizar o retorno do público aos estádios de futebol, que deveriam ser sujeitos de aprovação pelos respectivos conselhos técnicos dos estados. O primeiro estado a flexibilizar a entrada de pessoas no estádio foi em Macapá, onde a partida contou com a presença de 300 torcedores, que acompanharam a final do Campeonato Amapaense de 2020. Nos últimos dias, a lotação máxima do estádio do Mineirão em Minas Gerais foi atingida, além da grande aglomeração na porta do estádio por conta da comemoração do Atlético Mineiro pelo título.

O risco de contágio nos estádios

Atualmente, as medidas pensadas em agosto pela CBF já foram totalmente modificadas, mas o número de casos de Covid-19 continua caindo em todo o Brasil com o avançar da vacinação. No entanto, o temor de novas variantes rondam a todos. Agora é a vez da variante ômicron. A variante africana. Um estudo produzido na África do Sul, revela que a variante ômicron do coronavírus deve ser objeto de preocupação pois revela fragilidade na imunidade adquirida por pessoas que já tiveram a doenças ou foram vacinadas frente da nova variante.

Até o momento, não temos informações exatas que possam estabelecer o comportamento da nova variante. O Grupo Técnico Consultivo sobre a Evolução do Vírus SARS-CoV-2 classificou a variante B.1.1.529 (ômicron) desse vírus como uma variante preocupante. Por isso, é necessário ficarmos todos atentos as medidas de segurança. Alguns estados que avançavam na flexibilização de eventos das festas de final de ano e carnaval, já voltaram atrás, com receio de que um novo aumento no número de casos possa acontecer.

Atualmente, já foi identificado, a variante ômicron no Brasil e o que temos que fazer? continuar as medidas de segurança, principalmente o uso de máscaras e evitar aglomerações, até que novas informações possam estabelecer o comportamento da variante ômicron.

Referências bibliográficas:

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  • CBF. Protocolo de recomendações para retorno do público aos estádios competições CBF 2021. Edição 1, agosto, [Acessado 5 Dezembro 2021], 2021. Disponível em: https://conteudo.cbf.com.br/cdn/202108/20210816163644_25.pdf.
  • Côrte, Ana Carolina Ramos e et al. RECOMENDAÇÕES DE SEGURANÇA NA COVID-19 PARA A REABERTURA DO CT DR. JOAQUIM GRAVA DO CORINTHIANS. Revista Brasileira de Medicina do Esporte [online]. 2020, v. 26, n. 5 [Acessado 5 Dezembro 2021] , pp. 382-385. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1517-8692202026052019_0044>.
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