Covid-19: novas variantes são encontradas em São Paulo e Rio de Janeiro

Novas variantes (suíça B.1.1.318 e sul-africana B.1.351) do novo coronavírus (causador da Covid-19) foram encontradas no país.

Novas variantes do novo coronavírus (causador da Covid-19) foram encontradas no país nos últimos dias. Em São Paulo, pela primeira vez, pesquisadores do Instituto Butantan identificaram a presença da variante suíça B.1.1.318. Outro fato preocupante é a identificação de um novo caso da variante sul-africana, a B.1.351 no estado.

Como já sabemos, mutações fazem parte da dinâmica natural dos vírus e nem todas as variantes formadas viram motivo de alerta para os cientistas. No entanto, a variante sul-africana B.1.351 é considerada uma “variante de preocupação”, assim como a brasileira P.1, ambas com mutações associadas a um maior potencial de transmissão da Covid-19.

Leia também: Covid-19: nova variante descoberta na França não é detectável por PCR convencional

Identificada em Itapecerica da Serra, a cerca de 40 km da capital paulista, a variante suíça já tinha sido reportada em uma análise de Santa Catarina divulgada no começo do mês de março.

Já a sul-africana, antes verificada em dois pacientes de Sorocaba, no sudoeste do estado, agora foi confirmada em uma amostra coletada na Baixada Santista, no litoral paulista.

Covid-19: Novas variantes são encontradas em São Paulo e Rio de Janeiro

Gravidade dos casos e eficácia da vacina

Os pesquisadores do Butantan estão investigando para descobrir qual o impacto das variantes B.1.1.318 e da B.1.351 na evolução do quadro dos pacientes. Contudo, a preocupação maior é entender como a vacina CoronaVac atua diante dessas versões do vírus.

Os próximos estudos irão avaliar a resposta imune humoral (dos anticorpos) e a resposta imune celular. Além disso, também vai verificar, in vitro, como o plasma de uma pessoa que recebeu a vacina pode neutralizar as diferentes cepas.

Para a variante que se tornou predominante na segunda onda no Brasil, a P.1, já há um estudo que aponta que a vacina tem eficácia contra variante brasileira do novo coronavírus, identificada pela primeira vez na capital do Amazonas.

Variante encontrada no Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, a Secretaria de Saúde identificou uma nova variante do novo coronavírus em circulação, batizada de P.1.2, por ser mutação ocorrida na linhagem P1, descoberta em Manaus e que permanece prevalente no estado.

Os pesquisadores ainda não sabem se essa nova variante pode ser mais transmissível ou mais letal. Apenas apresentou sete novas mutações em comparação com a P.1, sendo uma delas a A262S, na proteína S, a parte do vírus que é alvo de anticorpos e da maioria das vacinas contra a Covid-19.

Saiba mais: Adultos infectados com a variante brasileira têm carga viral 10 vezes maior

Segundo a Secretaria, a nova variante foi encontrada principalmente na Região Norte do estado, mas também em amostras nas regiões Metropolitana, Centro e Baixada Litorânea.

Queda da P.2 e prevalência da P.1

Os especialistas chamam a atenção para a queda da variante P.2 nas amostras analisadas pelos cientistas. A nova cepa encontrada no final do ano passado no Rio de Janeiro predominava até fevereiro e nesta última análise foi identificada em apenas 0,53% dos genomas analisados. Em contrapartida, a P.1 dominou as amostras e foi encontrada em 91,49% delas.

Nesta etapa, foram investigadas 376 amostras, de 57 municípios, selecionadas a partir de genomas enviados ao Laboratório Central Noel Nutels, entre os dias 24 de março e 16 de abril.

Confira as principais variantes do novo coronavírus:

B.1.1.7         

Origem: Reino Unido – É considerada mais transmissível

B.1351 ou 501 Y.V2         

Origem: África do Sul

Considerada mais transmissível (N501Y) e com possível enfraquecimento da ação dos anticorpos humanos contra o vírus (E484K)

P.1     

Origem: Brasil (Amazonas)

Mais transmissível (N501Y) e com possível enfraquecimento da ação dos anticorpos humanos contra o vírus (E484K e K417T)

P.2     

Origem: Brasil (Rio de Janeiro)

Possível enfraquecimento da ação dos anticorpos humanos contra o vírus.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.