Covid-19: Vacinas evitaram 20 milhões de óbitos em um ano de pandemia, aponta estudo

O levantamento considerou o período entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, ano em que as vacinas contra covid-19 ficaram disponíveis.

As vacinas da Covid-19 evitaram 20 milhões de óbitos em um ano de pandemia, apontou uma pesquisa publicada na revista The Lancet Infectious Diseases, do grupo The Lancet.

O levantamento compreendeu o período entre dezembro de 2020 e dezembro de 2021, primeiro ano em que as vacinas ficaram disponíveis.

Trata-se de um modelo matemático britânico de transmissão e vacinação contra covid-19 que foi ajustado separadamente para contabilizar as mortes diretas e indiretas evitadas pelo impacto da vacinação na pandemia em escala mundial, abrangendo 185 países e territórios.

O impacto dos programas de imunização da doença foi determinado pela estimativa das vidas adicionais perdidas se nenhuma vacina tivesse sido distribuída. Os pesquisadores ainda estimaram os óbitos adicionais que teriam sido evitados se as metas de cobertura vacinal de 20% estabelecidas pela COVAX e 40% estabelecidas pela OMS fossem alcançadas até o final de 2021.

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De acordo com a pesquisa, 79% dos óbitos (cerca de 15,5 milhões) foram evitados pela proteção direta proporcionada pela vacinação contra sintomas graves.

As demais 4,3 milhões de mortes foram evitadas pela proteção indireta, seja pela transmissão reduzida do vírus na população, seja pela redução da carga sobre os sistemas de saúde, que foi melhorando o acesso para quem mais precisava.

“Não é possível medir diretamente quantas mortes teriam ocorrido sem a vacinação. A modelagem matemática oferece uma ferramenta útil para avaliar cenários alternativos, que não podemos observar diretamente na vida real”, explicou o pesquisador do Imperial College London e coautor do estudo, Gregory Barnsley.

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Andamento da vacinação

A primeira vacina contra covid-19 foi entregue à população em 8 de dezembro de 2020. Exatamente um ano depois, estima-se que 55,9% da população global tenha recebido, pelo menos, uma dose de uma vacina, 45,5% duas doses e 4,3% uma dose de reforço.

Apesar da incrível velocidade com que as vacinas da covid-19 foram desenvolvidas em 2020 e posteriormente distribuídas durante o ano seguinte, mais de 3,5 milhões de mortes devido à doença foram relatadas globalmente desde que a primeira vacina foi administrada.

Conforme a publicação científica, compreender o impacto global da vacinação no curso da pandemia é um desafio, dado o acesso heterogêneo a vacinas, juntamente com diferentes níveis de transmissão e intervenções não farmacêuticas em andamento entre os países.

“Nos primeiros meses de 2021, o impacto da vacinação teria sido mínimo devido ao atraso no desenvolvimento da infraestrutura para uma ampla campanha de vacinação, à necessidade de um regime de duas doses atrasado em algumas jurisdições para garantir proteção máxima e o atraso no desenvolvimento de anticorpos após a vacinação. Além disso, como o fornecimento de vacinas era restrito, a maioria dos países priorizou a vacinação em populações de alto risco, incluindo profissionais de saúde e idosos. Essas estratégias teriam gerado proteção direta, mas teriam um impacto comparativamente menor na transmissão do novo coronavírus. No entanto, a partir de meados de 2021, os países com acesso a oferta abundante de vacinas optaram pela vacinação em massa da população adulta, incluindo posteriormente crianças e posterior reforço para manter altos níveis de proteção, devido ao declínio da eficácia da vacina e ao surgimento de novas variantes preocupantes. Essa abordagem resultou em grandes desigualdades na distribuição global de vacinas”, apontou o estudo.

Para tentar reduzir essa desigualdade, a Organização Mundial de Saúde (OMS), em parceria com entidades filantrópicas, criou o programa Vaccines Global Access (COVAX).  No final de 2021, Gana se tornou o primeiro país do mundo a receber as vacinas através dessa iniciativa.

A OMS ampliou essa meta definindo uma estratégia global para atingir 70% de cobertura em todos os países até meados de 2022, com uma meta intermediária de 40% de cobertura até o final de 2021.

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No entanto, como resultado de diversos desafios, particularmente o fornecimento restrito de vacinas à COVAX, essas metas não foram alcançadas em muitos países de renda média/baixa e de renda baixa.

Infelizmente, a aceitação das vacinas contra covid-19 segue abaixo do ideal em muitos países devido à hesitação de parte da população mundial. Essa considerável heterogeneidade na cobertura vacinal resultou na dependência contínua de intervenções não farmacêuticas para o gerenciamento de pandemias em alguns países, mas concomitantemente permitiu que outras nações relaxassem as intervenções como uma saída para a pandemia.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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