A ciclofosfamida é um medicamento antineoplásico, que atua se ligando ao DNA das células tumorais após a ativação pelo fígado. É agente ciclo celular não específico, que permanece ativo em todas as fases de divisão celular. Pode ser usado para tratamento de diversas doenças oncológicas, dentre elas: leucemias e linfomas.
É importante que o enfermeiro saiba que a ciclofosfamida não possui ação vesicante durante a sua administração, o período Nadir ocorre de sete a 14 dias após a administração do quimioterápico e a recuperação medular se estabelece entre 18 e 25 dias após a administração.
As principais toxicidades são hematológicas (anemia, leucopenia, trombocitopenia); gastrointestinais (náuseas, vômitos, mucosite, diarreia, etc.); cistite hemorrágica, cistite não hemorrágica, hiperpigmentação na pele, hepatotoxicidade, nefrotoxicidade, cardiotoxicidade (altas doses), reações alérgicas em vias aéreas superiores (coriza, lacrimejamento, espirros, congestão nasal).
Ciclofosfamida: cuidados em enfermagem
Os principais cuidados de enfermagem ao paciente com doença oncológica que faz uso de ciclofosfamida são:
- Avaliar e monitorar os resultados dos exames laboratoriais (níveis séricos de eletrólitos, plaquetas, leucócitos, hematócrito, hemoglobina, etc.).
- Calcular a área de superfície corporal e conferir a dose prescrita.
- Administrar ciclofosfamida no período da manhã, pois durante o dia as micções são mais frequentes.
- Verificar os sinais vitais antes da administração.
- Medir a diurese antes e depois da administração.
- Diminuir a velocidade de infusão em caso de presença de sintomas, como coriza, lacrimejamento, espirros e congestão nasal.
- Estimular e monitorar a hidratação oral. Orientar os pacientes adultos a ingerir de dois a quatro litros de líquidos no dia da administração e também nos dois dias subsequentes.
- Realizar a hiper-hidratação venosa, conforme prescrição, para a prevenção da cistite hemorrágica.
- Orientar o paciente a aumentar o número de micções durante a administração da droga, para manter a bexiga vazia, de preferência de duas em duas horas.
- Atentar para a presença de hematúria. Uso de fitas reagentes.
- Administrar mesna, alopurinol e bicarbonato de sódio, conforme prescrição, para proteção da bexiga, quando utilizado em altas doses.
- Orientar que a administração por via oral deve ser feita durante ou após as refeições.
- Atentar para os sinais e os sintomas relacionados aos efeitos colaterais (náuseas, vômitos, reações alérgicas, etc.).
- Orientar o paciente sobre as principais reações adversas.
- Orientar o paciente sobre o risco de infecções e realização de cuidados para prevenção.
- Orientar sobre a interação com outras medicações e desencorajar o uso de medicamentos sem a prescrição médica.
Referências bibliográficas:
- Schull PD. Nurse’s Drug: handbook. 7. ed. Mc Gran Hill, 2013.
- Bonassa EMA, Gato MIR. Terapêutica oncológica para enfermeiros e farmacêuticos. 4. ed. São Paulo, Editora Atheneu, 2012.