A data comemorativa do Dia do Hospital é em homenagem à inauguração, em 1945, do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Santos, em São Paulo, pelo então presidente Getúlio Vargas.
A palavra hospital advém do latim hospitalis cujo termo se refere a ser acolhedor, hospitaleiro. Os hospitais são instituições seculares destinadas ao tratamento de enfermidades e recuperação de doenças. São instituições prestadoras de serviços de grande importância social, possuindo alta complexidade e peculiaridade. O hospital é uma instituição extremamente complexa, de variados processos e pessoas, que precisa de um alinhamento mínimo a fim de ofertar serviços seguros e de qualidade.
Na Idade Média, o cuidado a viajantes, doentes hospitalizados era realizado por religiosos, por fins de caridade, no interior de suas igrejas. Somente no século XVIII, os hospitais tomaram a configuração atual, ampliando conceitos de higiene e microbiologia. Com a atual configuração dos hospitais, vieram, também, novos riscos à saúde. O incremento tecnológico de diagnósticos e terapias aumentaram, também, os riscos à saúde.
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Atualmente, as instituições hospitalares são sistemas abertos que sofrem profunda ação do meio e são influenciadas pela evolução e mudanças em todos os campos sociais. Trata-se de um espaço multidisciplinar de prestação de serviços e interação com a sociedade.
O debate sobre a qualidade de serviços de saúde, dentre eles, hospitais, inicia-se no século XX, sendo que, no Brasil, em meados da década de 1990.
Tomamos por exemplo, as infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) que são consideradas incidentes evitáveis nos hospitais que podem levar a sérios agravos e mesmo a um desfecho fatal. Não somente as infecções, mas erros relacionados a medicamentos, quedas, lesões por pressão e falhas na comunicação também são incidentes evitáveis, que podem ser mitigados com protocolos alinhados e uma equipe engajada.
Em Busca da “Qualidade Total” nos Hospitais
Apesar de tantos avanços diagnósticos e terapêuticos, os hospitais não são instituições livres de riscos. Os riscos devem ser mapeados e presumidos a fim de ser possível a elaboração de planos de ação que possam contemplar o alcance da melhor qualidade possível e sua sustentabilidade.
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Na perspectiva da melhoria contínua, os gestores e lideranças devem buscar promover a melhor assistência dentro de um custo razoável para a organização. A gestão da qualidade pela ISO 9000 designa princípios com foco no cliente, na padronização de processos, buscando atender às necessidades do cliente. É uma forma de garantir melhorias sustentadas, aumentando a credibilidade e confiabilidade institucionais. (Tabela 1)
Tabela 1 – Princípios de Gestão da Qualidade pela ISO* 9000
1. Foco no cliente | Atender às necessidades e requisitos do cliente; superar suas expectativas. |
2. Liderança | Manter um bom ambiente interno; liderar pelo exemplo. |
3. Envolvimento das pessoas | Criar ambiente motivacional e reconhecer habilidades. Estimular a participação. |
3. Abordagem de processo | Gerenciar recurso para garantir melhor eficiência. |
4. Abordagem sistêmica de gestão | Gerenciar processos, visando a eficácia. |
5. Melhoria contínua | Buscar a melhoria com objetivo permanente. |
6. Enfoque factual para tomada de decisão | Tomar decisão baseada em dados. |
7. Relacionamento com fornecedores para benefício mútuo | Estabelecer relacionamento onde todos ganham. |
*A ISO é uma federação mundial composta pelos organismos nacionais de normalização da cada país, no Brasil representada pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Autoria:
Adriana Teixeira Reis
Enfermeira Neonatal, Controle de Infecção Hospitalar e Gestão Hospitalar
Priscilla Barboza Paiva
Enfermeira CCIH, Gestão Hospitalar, CEO Top Control Saúde