Dia Nacional de Atenção à Disfagia alerta sobre perigos da doença

O Dia Nacional de Atenção à Disfagia foi criado para auxiliar a população a reconhecer sintomas, prevenir e dar orientação sobre a doença.

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O Dia Nacional de Atenção à Disfagia foi instituído pela Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia após a publicação pelo Conselho Federal da resolução CFFA nº383, de 20 de março de 2010. A data foi criada com objetivo de auxiliar a população a reconhecer os sintomas, divulgar medidas de prevenção e orientar sobre o que fazer diante da suspeita de doença.

Atentando à importância do Dia Nacional de Atenção à Disfagia, a equipe do Portal PEBME conversou com a mestranda Dayane Calixto, fonoaudióloga do Hospital Naval Marcílio dias.

Leia maisDisfagia: veja os sintomas, complicações e dicas para prevenir

Confira a entrevista a seguir:

1. Sabemos que hoje é um dia especial ao chamar atenção de profissionais da saúde e a população para a disfagia. Muitos, entretanto, confundem o significado ou não entendem com clareza a doença. Então, afinal, como podemos definir a disfagia?

A disfagia é considerada um sintoma de uma doença de base que pode acometer qualquer parte do trato digestivo, desde a boca até o estômago. O diagnóstico é feito através da avaliação clínica e instrumental da deglutição.

2. Quais os fatores de risco para o desenvolvimento de disfagia?

Alguns fatores de risco para a disfagia orofaríngea incluem:

  • Níveis de alerta do paciente;
  • Estado comportamental alterado;
  • Estado cognitivo rebaixado;
  • Extubação;
  • Traqueostomia;
  • Uso de ventilação mecânica;
  • Doenças de risco para disfagia orofaríngea, como doenças neurológicas, doenças pulmonares obstrutivas crônicas e cirurgias de cabeça e pescoço.

3. Você é uma fonoaudióloga especialista em disfagia. Pode explicar para nossos leitores o papel do fonoaudiólogo na abordagem dessa condição?

Os distúrbios da deglutição que ocorrem nas fases oral e faríngea são os que mais exigem a presença do fonoaudiólogo em unidades hospitalares, devido às várias complicações que podem desestabilizar o quadro clínico do paciente. O fonoaudiólogo, inserido na equipe multiprofissional, é o profissional habilitado que auxilia na prevenção e redução de complicações pulmonares e/ou de nutrição e hidratação do paciente.

4. Poderia nos dar dicas de como identificar a presença da disfagia em unidades hospitalares?

  • Em seu horário de trabalho junto ao paciente, durante a alimentação ou durante a oferta de medicamentos, observe se o paciente permanece muito tempo com o alimento/medicação na boca sem engolir, se apresenta dificuldades para mastigar os alimentos sólidos;
  • Durante a alimentação, ou quando está sendo medicado, observe se o paciente apresenta tosse, engasgo, alteração respiratória e/ou alterações vocais;
  • Verifique se o paciente evita determinados alimentos, consistências e, até mesmo, certos eventos sociais;
  • Confira se o paciente tem histórico de perda de peso, desidratação, pneumonias de repetição.

5. Diante desse sintoma, o que devemos fazer?

  • Mantenha o paciente com uma boa postura no leito, em decúbito elevado de no mínimo 30º;
  • Notifique e aguarde o serviço de fonoaudiologia para avaliação e intervenção junto ao paciente.

O manejo fonoaudiológico ocorrerá por meio de avaliações diretas e/ou indiretas que visam orientar sobre a possibilidade de receber alimentação por via oral e/ou por via alternativa de alimentação, bem como contará com técnicas de reabilitação focadas em aspectos sensóriosd motores da deglutição.

6. Você quer deixar alguma mensagem para nossos leitores?

A disfagia deve ser abordada de maneira multidisciplinar por médicos, fonoaudiólogos, nutricionistas, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos. Os profissionais devem trabalhar em conjunto para que as condutas necessárias sejam traçadas precocemente, para que se controle a disfunção, prevenindo complicações mais graves, como a desnutrição, a desidratação e a pneumonia aspirativa que podem favorecer o aumento de morbidade e mortalidade. Pode-se, assim, diminuir o tempo de ocupação do leito e os custos hospitalares, bem como proporcionar melhor qualidade de vida para os pacientes.

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Referências:

  • Cichero jay, heaton s, bassett l. Triaging dysphagia: nurse screening for dysphagia in an acute hospital. J clin nurs. 2009 jun;18(11):1649-59.
  • Mathers-schmidt ba, kurlinski m. Dysphagia evaluation practices: inconsistencies in clinical assessment and instrumental examination decision-making. Dysphagia. 2003;18(2):114-25.
  • Asha: american speech-language-hearing association [internet] 2000 clinical indicators for instrumental assessment of dysphagia [guidelines]. Asha practice policy. Available from:http://www.asha.org/policy/gl2000-00047.htm
  • Disfagias nas unidades de terapia intensiva/organização ana maria furkim, katia alonso rodrigues. – 1.ed.-São paulo: roca, 2014.
  • Manual prático de disfagia/autores rogério a. Dedivitis/ patrícia p. Santoro/ lica arakawa- sugueno – – 1.ed.-São paulo: revinter, 2017.

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