Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

A data reforça o dever da sociedade de proteger as crianças e adolescentes contra qualquer tipo de abuso e violência.

O dia 18 de maio foi instituído, pela Lei Nº 9.970 de 17 de maio de 2020, o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração de Crianças e Adolescentes. A data foi escolhida em memória de Araceli Crespo, uma menina de 8 anos que foi mantida em cárcere privado por 2 dias, estuprada e cruelmente assassinada no dia 18 de maio de 1973, em Vitória (ES). Os principais suspeitos desse crime, jovens influentes de classe média alta, foram absolvidos (após o julgamento, em que foram condenados, ter sido anulado) em 1991.

Ouça também: Prevenção de Violência na Primeira Infância [Podcast Papo de Enfermeiro #03, partes I e II ]

Essa data reforça o dever da sociedade de proteger as crianças e adolescentes contra qualquer tipo de abuso e violência, garantido em Lei pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Nº 8069, de 13 de julho de 1990) em seu Art. 5º que diz: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.”

Nesse contexto, surge o “Maio Laranja”, um mês em que campanhas, ações informativas, passeatas e palestras, realizadas por órgãos públicos ou não, são feitas com a intenção de promover a temática e esclarecer dúvidas acerca de como auxiliar, denunciar e prevenir casos de violência e exploração sexual infantil.

e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes

Tipos de violência sexual contra crianças e adolescente

Um ato é considerado violência sexual quando um adulto agressor, com desenvolvimento psicossocial superior à criança ou adolescente, com objetivo de satisfação sexual própria ou de outros, a expõe a estímulos sexuais que não condizem com seu desenvolvimento.

Na maioria dos casos, o agressor é um adulto conhecido da vítima, fazendo parte inclusive do seu ciclo familiar e tem a sua confiança. Dessa maneira, a violência se perpetua por longos períodos.

Diversas ações podem ser categorizadas como abuso sexual, mesmo que não haja contato genital ou estupro. O abuso sexual é quando um adulto faz com que a criança ou adolescente pratique algum ato de natureza sexual, com ou sem seu consentimento, uma vez que a vítima pode ser induzida. Pode ser que o contato sexual provoque alguma sensação de prazer na vítima e ela busque a repetição de estímulos sexuais, com o adulto, ou até mesmo com outras crianças.

São considerados violência sexual:

  • Atos com penetração oral, vaginal ou anal;
  • Toques e carícias com objetivo erotizantes;
  • Observar a criança/adolescente se despindo ou sem roupa, objetivando o prazer sexual;
  • Assédio sexual: constranger a criança com objetivo de se obter realização de desejos sexuais: pode envolver beijos, carícias, exposição a imagens pornográficas, etc.;
  • Prostituição: Expor a criança à prática sexual em troca de dinheiro ou outro bem.

Saiba mais: Classificação e identificação da violência praticada contra crianças

Se atente à esses sinais!

A criança ou adolescente vítimas de violência sexual podem  apresentar sinais e sintomas não só físicos mas comportamentais e também mudanças nos seus hábitos diários. É importante que na consulta de enfermagem e em todas as oportunidades de assistência à criança, independente do cenário, o enfermeiro se atente aos seguintes sinais:

  • Alterações e queixas geniturinárias: odor, prurido, secreção, hiperemia, lesões, infecção urinária, edema, hímen rompido, hematúria;
  • Sinais de agressão física: hematomas, edema, escoriação, queimaduras;
  • Alterações na cavidade oral, sangramentos, infecções, petéquias e eritemas em palato duro e mole;
  • Dificuldade em caminhar ou sentar;
  • Mudanças comportamentais como: medo; pânico; aversão a lugares fechados ou ficar sozinha; oscilações de humor; choro excessivo; tristeza; autoflagelação; brincadeiras sexuais; masturbação compulsiva; reprodução em desenho de órgãos genitais.
  • Alterações nos hábitos de vida: perda de apetite; perturbação do sono; medo de adormecer; resistência em trocar de roupa, etc.

No aplicativo Nursebook, você encontra um conteúdo completo e atualizado sobre a abordagem do enfermeiro diante de uma situação de violência sexual contra criança ou adolescente. Saiba quais são as condutas e principais diagnósticos de enfermagem para essa situação.

Autores(as):

Nathalia Schuengue
Enfermeira pediatra pelo Instituto Fernandes Figueira • Mestre em saúde da criança pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Isabelle Gaspar
Enfermeira – Residência em Saúde da Mulher (HESFA/UFRJ), Mestrado em Enfermagem (EEAN/UFRJ) e Especialização em Gênero e Sexualidade (CLAM/IMS/UERJ).

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Waksman RD, Hirschheimer MR, Pfeiffer L. Manual de Atendimento às Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência. Sociedade de Pediatria de São Paulo. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2ª ed. Brasília, DF: Conselho Federal de Medicina, 2018.
  • Nunes AJ, Sales MCV. Violência Contra Crianças no Cenário brasileiro. Ciênc. Saúde Colet. 2016;21(3).
  • Guzzo ACA, et al. Protocolo de Atenção Integral a Crianças e Adolescentes Vítimas de Violência: Uma Abordagem Interdisciplinar na Saúde. Unicef, 2015.

Especialidades