A progesterona tem muitas aplicações dentro da ginecologia. Desde ajuste no ciclo menstrual para deficiência de fase lútea, opção na endometriose para bloqueio menstrual, prevenção de parto prematuro entre outros.
Na oncologia seu uso pode ser mencionado nas pacientes com câncer de endométrio que queiram manter a fertilidade como forma paliativa ou ainda nas pacientes com doenças avançadas ou redicivantes que tenham receptores de progesterona presentes como tentativa de evitar progressão da doença.
Esse tipo de paciente responde por 15% das neoplasias de endométrio.
Seu uso nas neoplasias de endométrio avançadas ou recidivadas tem um número pequeno de estudos com abrangência e universalidade.
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O estudo
Baseado nisso um grande estudo publicado no British Journal of Obstetrics & Gynaecology fez uma revisão sistemática com objetivo de avaliar a resposta e toxicidade do uso de progesterona em tumores endometriais com receptores para progesterona positivos.
Após incluir pacientes com recidiva ou tumores avançados e excluir estudos onde progesterona era adjuvante, estudos com menos de dez casos ou onde o tumor era sarcoma endometrial chegou-se a uma amostra de 26 estudos com 1.639 pacientes.
Resultados
Os resultados mostraram uma taxa de resposta global de 30% (IC 95% – 25-36%) ao uso de progesterona, com um benefício clínico de 52% (95%-CI: 42-61). Nos casos em que os receptores de progesterona estavam presentes a taxa de resposta chegou a 55% comparada a 12% em pacientes receptores negativos. Sinais de toxicidade severa a progesterona alcançou 6,5%.
Mensagem prática
Concluíram os autores que o uso de progesterona nos casos de tumores endometriais avançados ou recidivados, na presença de receptores de progesterona é uma opção viável de tratamento com baixa toxicidade.