Eficácia de sutura B-Lynch preventiva em pacientes com alto risco de hemorragia pós-parto

Um estudo publicado investiga a eficácia da realização de suturas B-Lynch em mulheres com alto risco de hemorragia pós-parto (HPP). 

Estudo publicado no The Journal of Obstetrics and Gynaecology Research em 11 de setembro de 2022, por Kuwabara M. et al avaliou a eficácia da realização de suturas B-Lynch durante a realização de cesariana de forma preventiva em mulheres com alto risco de hemorragia pós-parto (HPP). 

A sutura de B-Lynch foi descrita em 1997 pelo autor de mesmo nome como uma das estratégias para tratamento de HPP. O seu uso de forma profilática em pacientes de alto risco foi sugerido pelo mesmo autor em 2002; mas permanece pouco explorada na literatura médica.

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Os autores desenvolveram esse trabalho apoiando-se na hipótese que a realização dessa sutura de forma preventiva diminuiria a perda de sangue intraoperatória e traria maior hemostasia pós-parto. 

hipertensão pós-parto

Estudo

Trata-se de um estudo observacional retrospectivo que incluiu pacientes submetidas à cesariana e à sutura B-Lynch de forma preventiva, de um centro médico terciário japonês, entre janeiro de 2019 e maio de 2021. As suturas B-Lynch foram realizadas preventivamente antes que ocorresse perda excessiva de sangue em pacientes com atonia uterina, placentas com anormalidade de posição (placenta prévia e placenta baixa), placenta acreta, trombocitopenia, coagulopatia e outros fatores de risco de sangramento. Suturas de compressão parcial para pontos de sangramento e tamponamento vaginal foram colocados, se necessário. 

O procedimento de sutura B-Lynch foi realizado em 38 das 663 pacientes submetidos à cesárea no período do estudo. Além da sutura de B-Lynch, foi realizada sutura de compressão parcial em 30 pacientes e tamponamento vaginal em 32 pacientes. 

Das 38 pacientes em que a sutura B-Lynch foi aplicada, não houve sangramento aparente no pós-operatório dentro de 2 horas após o parto em 35 (92%), em 14 (37%) a transfusão sanguínea foi evitada e não houve nenhuma histerectomia. Trinta e três eventos adversos ocorreram em 23 pacientes; estes incluíram resposta inflamatória, hematomas, retenção placentária e íleo paralítico em uma, uma, duas e duas pacientes, respectivamente. Na maioria dos casos, os eventos não foram graves e não tiveram relação com o procedimento. Em uma paciente, foi realizada uma segunda cesárea (2 anos após) e não foram observadas complicações no útero e na cavidade abdominal. 

Resultados

Os autores concluíram que os achados do estudo mostraram que a sutura preventiva B-Lynch foi eficaz. A taxa de sucesso, que é a taxa de pacientes que evitaram a histerectomia, foi de 73% a 100%.  

Assim, diante de um julgamento clínico especializado, os cirurgiões podem usar da sutura B-Lynch de forma profilática, o que levará a um manejo obstétrico mais seguro. Embora a perda sanguínea intraoperatória seja um bom indicador, o diagnóstico precoce do aumento do volume de sangramento por unidade de tempo e do grau de contração uterina parecem ser os fatores mais importantes para o início do procedimento. 

Entretanto, maiores trabalhos, especialmente ensaios clínicos randomizados são necessários para avaliar esse uso profilático desse procedimento, assim como auxiliar a estabelecer critérios de indicação.

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