A reconstrução da tíbia proximal após ressecção de tumores é difícil devido à pobre cobertura de partes moles e necessidade de reconstrução do mecanismo extensor. As técnicas incluem uso de endopróteses, enxertos ósseos alógenos ou combinação de enxertos e próteses.
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A taxa de sobrevivência das endopróteses após 5 anos fica entre 42 e 85% e após 10 anos entre 22 e 86%, sendo as causas mais comuns de falha as solturas assépticas, seguidas pelas infecções. A função física após essas cirurgias depende amplamente do sucesso na reconstrução do mecanismo extensor. Foi publicado no último mês na revista Bone and Joint Open, um estudo com o objetivo de avaliar a performance e sobrevivência das endopróteses Stryker no tratamento de tumores ósseos de tíbia proximal.
O estudo
Foram incluídos pacientes operados entre 2010 e 2018 em um hospital britânico, com mínimo de 24 meses de follow-up após tratamento de tumores ósseos de tíbia proximal com a endoprótese articulada ou não da marca Stryker. Foram colhidos dados demográficos dos pacientes, dados do material utilizado e complicações.
Métodos e resultados
Um total de 76 pacientes preencheram os critérios de inclusão com idade média de 43,2 anos (12 a 86 (DP 21)). O tempo de follow-up médio foi de 60,1 meses (5,4 a 353). No total, foram identificadas 21 falhas, resultando em uma taxa geral de falha de 27,6%. Sobrevivência da prótese aos cinco anos foi de 75,5% e aos dez anos foi de 59%. No último acompanhamento, flexão média do joelho foi 89,8° (DP 36°) com um déficit de extensão médio de 18,1° (DP 24°).
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Na análise univariada, os fatores associados com melhor sobrevida da prótese foi o diagnóstico de câncer maligno ou metastático (versus benigno), com sobrevida em 5 e 10 anos de 78,9% e 65,7% versus 37,5% (p = 0,045), enquanto o tempo de internação hospitalar superior a nove dias também foi associado a melhor prognóstico com taxas de sobrevivência em 5 e 10 anos (versus benigno) de 84% e 84% versus 60% e 16% (p < 0,001). Na análise multivariável, apenas o tempo de permanência no hospital foi associado com maior sobrevida (taxa de risco (HR) 0,23, intervalo de confiança de 95% (CI) 0,08 a 0,66).
Conclusão
Foi demonstrado que a artroplastia proximal da tíbia com endoprótese é um procedimento seguro e confiável para reconstrução em pacientes tratados por condições oncológicas ortopédicas. Qualquer dos implantes modulares ou personalizados da série obtiveram um bom desempenho.