Enxaqueca pode ser fator de risco para a maioria das doenças cardiovasculares

Artigo do BMJ examinou os riscos de acidente vascular cerebral (isquêmico e hemorrágico), infarto agudo do miocárdio e outros eventos cardiovasculares em indivíduos com enxaqueca.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A enxaqueca é uma condição frequente e afeta quase 15% da população mundial (cerca de 1 bilhão de pessoas). Um novo artigo do Britsh Medical Journal (BMJ) examinou os riscos de acidente vascular cerebral (isquêmico e hemorrágico), infarto agudo do miocárdio e outros eventos cardiovasculares em indivíduos com enxaqueca.

Para esse estudo, foram utilizados os dados de todos os hospitais dinamarqueses e ambulatórios hospitalares, entre 1995 a 2013, totalizando 51.032 pacientes com enxaqueca e 510.320 controles. Os eventos analisados foram infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico e hemorrágico, doença arterial periférica, tromboembolismo venoso, fibrilação atrial ou flutter atrial e insuficiência cardíaca (IC).

Leia também: ‘Enxaqueca – evidências do que fazer (e do que não fazer)’

Resultados

Os pesquisadores observaram maiores riscos absolutos em pacientes com enxaqueca em comparação com a população em geral na maioria dos resultados e períodos de follow-up.

Após 19 anos de seguimento, as incidências cumulativas por 1000 pessoas para coorte de enxaqueca em comparação com a população em geral foram:

  • 25 vs 17 para IAM
  • 45 vs 25 para AVC isquêmico
  • 11 vs 6 para AVC hemorrágico
  • 13 vs 11 para doença arterial periférica
  • 27 vs 18 para tromboembolismo venoso
  • 47 vs 34 para fibrilação atrial ou flutter atrial
  • 19 vs 18 para IC

De modo correspondente, a enxaqueca foi associada positivamente com:

  • IAM (HR = 1,49, IC de 95%: 1,36 a 1,64)
  • AVC isquêmico (HR = 2,26, IC de 95%: 2,11 a 2,41)
  • AVC hemorrágico (HR = 1,94, IC de 95%: 1,68 a 2,23)
  • Tromboembolismo venoso (HR = 1,59, IC de 95%: 1,45 a 1,74)
  • Fibrilação ou flutter atrial (HR = 1,25, IC de 95%: 1,16 a 1,36)

Não foram encontradas associações significativas com doença arterial periférica e IC.

E mais: ‘Qual a melhor medicação para crise de enxaqueca?’

As associações, principalmente para os desfechos de AVC, foram mais fortes a curto prazo (0-1 anos) após o diagnóstico do que a longo prazo (até 19 anos) em pacientes com aura e em mulheres.

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que a enxaqueca foi associada a riscos aumentados de IAM, AVC isquêmico e hemorrágico, tromboembolismo venoso e fibrilação atrial ou flutter atrial. Essa condição crônica pode ser um fator de risco importante para a maioria das doenças cardiovasculares.

Leia o estudo completo nesse link.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Adelborg Kasper, Szépligeti Szimonetta Komjáthiné, Holland-Bill Louise, Ehrenstein Vera, Horváth-Puhó Erzsébet, Henderson Victor W et al. Migraine and risk of cardiovascular diseases: Danish population based matched cohort study BMJ 2018; 360 :k96

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades