ESC 2022: Os desafios da DAC: a eterna busca para redução de eventos negativos

Os guidelines atuais (ESC) recomendam teste isquêmico após a primeira angiotomografia coronariana (CTA) positiva.

Este conteúdo foi produzido pela PEBMED com subvenção educacional de Pfizer de acordo com a Política Editorial e de Publicidade do Portal PEBMED.

A PEBMED, com apoio da Pfizer, trará conteúdos exclusivos sobre o European Society of Cardiology (ESC) 2022, que acontece de 26 a 29 de agosto, em Barcelona. Confira agora os novos rumos da cardiologia com a inteligência artificial.

Acompanhe a cobertura completa do congresso

Dan-NICAD-2 (Danish study of Non-invasive testing in Coronay Artery Disease 2)

Os guidelines atuais (ESC) recomendam teste isquêmico após a primeira angiotomografia coronariana (CTA) positiva. Sabe-se que nesse contexto, testes perfusionais não tem evidencia de especificidade. Comparação entre as modalidades de testes ainda estão sem evidência científica. 1722 pacientes após realizarem CTA foram randomizados para um grupo com doença arterial coronariana (DAC) obstrutiva ou não (pela CTA) e para outro grupo com DAC com > 50% de estenose de diâmetro arterial. Deste último grupo, 372 pacientes realizaram RbPET e ressonância magnética miocárdica (RMM) e 31 realizaram RbPET ou RMM (28 e 3 respectivamente), o que resultou em um N final de 445 indivíduos que completaram as fases so estudo. Os pacientes foram avaliados quanto a atividade/instabilidade da placa aterosclerótica (artérias quentes/alto risco X artérias frias/baixo risco) e performance diagnostica da RMM e RbPET quanto as características da placa. Avaliou-se que a incidência de DAC obstrutiva suspeita após a CTA em pacientes com dor torácica nova foi baixa (25%), exames de imagem perfusional frequentemente divergem da FFR quanto a DAC hemodinamicamente significativa e RMM e PET tiveram semelhantes sensibilidade e especificidade em diagnosticar DAC obstrutiva e tem igual performance. São necessários novos estudos de avaliação de benefícios em desfechos clínicos de revascularizar paciente com divergência diagnostica entre os métodos perfusionais e FFR.

Resultados: artérias quentes/alto risco X artérias frias/baixo risco

– morte por DAC ou IAM (HR 1,82 [IC95% 1,07-3,1], p 0,03)

– morte por todas as causas (HR 2,43 [IC95% 1,15-5,12], p 0,02)

Este foi primeiro estudo que mostrou a doença coronariana diretamente com exame não invasivo. Além disso, essa técnica poderia ser usada para identificar pacientes com doença ativa(placa instável) e maior risco de IAM e avaliar a efetividade de novos tratamentos de prevenção secundaria.

Estudo FRAME-AMI

Em relação da doença isquêmica aguda, o estudo FRAME-AMI, coorte prospectiva multicêntrica, 704 pacientes com IAM recente e DAC multiarterial buscou avaliar o beneficio de mortalidade cardíaca, infarto agudo e nova revascularização em dois grupos: revascularição percutânea completa guiada por FFR e revascularição percutânea completa guiada por angiografia apenas em pacientes com síndrome coronariana aguda (SCA). A media de idade foi de 62 anos, FEVE de 53%, 84% de homens, 34% de diabéticos, além de 35% das intervenções terem sido feitas em na artéria descendente anterior. Houve redução do desfecho primário com diferença de 10% a favor do grupo FFR (HR 0,44 [IC95% 0,23-,084], p=0,013). Devemos destacar que este estudo apesar de muito interessante, teve seu poder reduzido por ter sido finalizado antes do tempo devido a pandemia da COVID19e ter perdido aproximadamente metade de seus pacientes inicialmente programados.

Com o perfil de pacientes semelhantes ao do FRAME, os doentes agudos, e com o racional semelhante ao do Dan-NICAD-2, a placa aterosclerótica, o trial PRE18FFIR (Prediction of Recurrent Events with 18F-Sodium Fluoride to Identify Rupture and High-risk Coronary Artery Plaques in Patients with Myocardial Infarction), coorte prospectiva multicêntrica que avaliou pacientes com IAM recente e DAC multiarterial com o intuito de avaliar a atividade da placa aterosclerótica e, dessa forma, predizer o risco de eventos cardiovasculares. 693 participantes que foram randomizados para a intervenção com tomografia (TC) ou angiotomografia coronariana (CTA) com pósitron 18F -Sodio fluoreto, com seguimento médio de 4 anos e mínimo de 2 anos. Desfecho primário original foi morte cardíaca ou IAM não fatal, no entanto ele foi modificado para morte cardíaca ou IAM não fatal e revascularização não prevista (desfecho primário revisado). O resultado foi um estudo neutro para o desfecho primário revisado (HR 1,25 [IC95% 0,89-1,76], p 0,20) e positivo para o desfecho primário inicial (HR 1,82 [IC95% 1,07-3,10], p 0,03) e para morte por todas as causas (HR 2,43 [IC95% 1,15-5,12], p 0,02).

Assim, podemos concluir que a atividade da placa aterosclerótica avaliada pelo método em questão, até o presente momento, não prediz risco de eventos coronarianos, não tem associação com nova revascularização, mas foi preditora de morte cardíaca ou IAM não fatal e mortes por todas as causas.

Os desfechos clínicos avaliados individualmente também não tiveram diferença estatística. Destaca-se que a exposição à radiação e ao radiomarcador imposta pelo exame não acarretou malefício no período analisado.

Destaques do terceiro dia do ESC 2022:

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