Com o surgimento de patinetes elétricos (e-scooters) como uma forma popular de mobilidade, a incidência de lesões relacionadas a esse meio de transporte aumentou. Até o momento, nenhum estudo havia avaliado os padrões de lesões por e-scooters em crianças. A conscientização desses padrões de lesões é necessária para informar com mais precisão as políticas públicas e sua prática segura.
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Metodologia
Apresentado pelo Dr. Harrison Hayward (Children’s National Hospital – Washington, D.C.), estudo foi realizado um estudo com dados referentes a casos de lesões pediátricas por e-scooters coletados por meio do National Electronic Injury Surveillance System (NEISS), um banco de dados federal americano que coleta informações não identificadas sobre lesões relacionadas a produtos de consumo relatados por mais de 100 hospitais nos Estados Unidos.
Pacientes de 0 a 18 anos foram identificados por codificação diagnóstica dentro do banco de dados e analisados estatisticamente. Os dados de interesse incluíram idade do paciente, tipo de lesão, parte(s) do corpo envolvida(s), disposição e ano da lesão.
Resultados
Foram identificados 1.446 pacientes. A média de idade no momento da lesão foi de 11,1 anos e 858 (59,3%) eram crianças do sexo masculino. O grupo de partes do corpo mais comumente lesionado foi a extremidade superior (495 – 34,23%). Um total de 1.318 (91,1%) recebeu alta e 102 (7,1%) foram admitidos para internação hospitalar. Não houve relato de óbitos. Dos pacientes admitidos, o diagnóstico primário mais comum foi fratura (57 – 55,9%). Ao longo do período do estudo, a proporção de pacientes que necessitaram de internação aumentou de 4,17% em 2011 para 12,92% em 2020. A proporção do total de pacientes por ano com 13 a 18 anos de idade aumentou de 19,17% em 2011 para 41,67% em 2020.
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Conclusão
O Dr. Hayward e sua equipe concluíram que lesões pediátricas por patinetes estão aumentando. Usando o requisito de internação hospitalar como substituto para a gravidade das lesões, as lesões estão se tornando mais graves. A relevância desse estudo é que os dados podem ajudar a orientar os pediatras e informar os formuladores de políticas na abordagem da prática segura de e-scooter para a população pediátrica.