FDA libera aparelho de estimulação espinhal para dor lombar

A dor lombar, ou lombalgia, é a dor que ocorre na região lombar inferior e é uma condição comum que afeta muitos indivíduos em algum momento da sua vida.

Em maio desse ano, a Food and Drug Administration (FDA), aprovou o uso de aparelhos para estimulação elétrica da coluna (neuroestimuladores) para o tratamento da dor lombar crônica em pacientes que não podem ou que não estão aptos a realizarem procedimentos cirúrgicos como alternativa terapêutica.

Atualmente, pacientes candidatos a cirurgia, mas que por algum motivo não podem realizá-la, permanecem com tratamentos combinados, que na maioria das vezes não conseguem um efeito desejado, levando a uma jornada conflituosa e cansativa. Nesse escopo, o desenvolvimento desses dispositivos é uma alternativa bastante satisfatória.

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dor lombar

Lombalgia

A dor lombar pode ser aguda, com uma duração menor que 3 meses, subaguda ou crônica, quando persiste por mais de 3 meses. Estatisticamente falando, estima-se que 5% a 10% dos casos agudos transformam-se em dor crônica, levando esses pacientes a um declínio do seu estilo de vida, com incapacidade produtiva, tratamentos onerosos e alterações sociocognitivas incapacitantes. A dor lombar crônica está entre as principais queixas encontradas em consultórios atualmente.

A dor lombar tem causas variáveis, sendo a mais comum, o mal uso da coluna, com a realização de movimentos inadequados, torções, exercícios sem acompanhamento, excesso de peso, má postura, entre outras. Outras causas podemos citar a osteoartrose, que é o desgaste gradativo da região durante a vida e causas inflamatórias como espondilite anquilosante, tumores e infecções.

Tratamento da dor lombar

O tratamento consiste basicamente em repouso na fase aguda e uso de medicações analgésicas, porém nas formas crônicas, nenhuma terapia isolada é suficiente, devendo o profissional ser capaz de adequar cada tratamento para cada paciente. É comum na forma crônica o uso de mais de uma classe de medicações, associadas a outros tipos de drogas como os antidepressivos, além de acompanhamento fisioterápico, psicológico e alternativos como acupuntura e infiltração local. Em alguns casos, cerca de 1% a 2% necessitam de tratamento cirúrgico.

Como foi o processo de liberação

No estudo para liberação do uso do aparelho, foram avaliados um total de 270 pacientes que sofriam de dor lombar severa, crônica e incapacitante por mais de dez anos, onde a cirurgia não era uma opção terapêutica. Esses pacientes apresentaram um alívio e melhora significante do quadro álgico, da função lombar e grande melhora do seu estado mental e qualidade de vida. A melhora começou a ocorrer nos primeiros 6 meses de terapia e permaneceu constante após um ano. Dos resultados desse estudo temos:

  1. Cerca de 80% dos pacientes apresentaram melhora significativa do quadro álgico comparado com pacientes que faziam uso apenas de tratamento conservador (7%).
  2. 91,4% dos pacientes que se submeteram a terapêutica de estimulação da coluna apresentou tanto alívio significativo da dor como melhora significativa da função da região lombar.
  3. Houve redução de 69,7% do nível de dor nos pacientes.

O mecanismo neurofisiológico terapêutico desses neuroestimuladores ainda não está completamente elucidado, alguns pesquisadores relatam que ele consiste na liberação de pulsos elétricos de média intensidade, sem promover sensações anormais de parestesia, que alteram os sinais da dor que atravessam a espinha dorsal, antes que estes cheguem até o cérebro.

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A lombalgia crônica além de promover incapacidade física, sócio e emocional aos pacientes, contribuem para um aumento significativo nos gastos com saúde, mundialmente falando. A possibilidade do desenvolvimento e aprovação de terapias alternativas às já existentes e com grande eficácia, devem ser prontamente analisadas e aceitas pelos órgãos responsáveis, a fim de criar um ambiente futuro favorável para esses pacientes.

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