Uma pesquisa recente analisou o impacto do tratamento cirúrgico em fraturas da eminência intercondilar anterior da tíbia, também chamada de “espinha tibial anterior” em crianças, com o objetivo de entender as possíveis anomalias de crescimento que poderiam surgir após o tratamento cirúrgico. O estudo, conduzido em um grupo de 10 hospitais pediátricos de cuidados terciários, envolveu uma análise retrospectiva de casos tratados entre janeiro de 2000 e janeiro de 2019.
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Métodos
A equipe de pesquisa examinou toda a coorte de pacientes que passaram por cirurgia para fraturas da espinha tibial, com foco na incidência e nos fatores de risco associados a distúrbios de crescimento. A coorte foi dividida em dois grupos: crianças com menos de 13 anos na época do tratamento e aquelas mais velhas, para avaliar o risco em pacientes que ainda estavam em fase de crescimento.
Resultados
Os resultados revelaram que, entre 645 pacientes, apenas nove (1,4%) apresentaram distúrbios de crescimento. Importante notar que todos esses casos estavam na faixa etária inferior a 13 anos. Além disso, os pacientes que desenvolveram distúrbios de crescimento eram significativamente mais jovens do que aqueles que não apresentaram tais problemas, com idades médias de 9,7 anos e 11,9 anos, respectivamente.
Surpreendentemente, a pesquisa não encontrou associações significativas entre distúrbios de crescimento e fatores como características demográficas, detalhes da fratura, técnica cirúrgica utilizada, tipo de implante ou mesmo a localização anatômica da lesão (por exemplo, fixação trans-fisária versus preservação da fise de crescimento).
Conclusão
Os resultados deste estudo sugerem uma incidência global baixa de distúrbios de crescimento após o tratamento cirúrgico de fraturas da espinha tibial em crianças. Além disso, é tranquilizador observar que a técnica cirúrgica não parece estar associada a um maior risco de distúrbio de crescimento.
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Mensagem prática
Este estudo conduzido retrospectivamente fornece informações valiosas para os profissionais de saúde que lidam com fraturas em crianças. No entanto, são necessárias pesquisas adicionais para entender completamente os fatores subjacentes a esses distúrbios de crescimento e desenvolver estratégias de prevenção mais específicas.