Há associação entre fraturas de rádio distal e tenossinovite de Quervain?

A hipótese dos pesquisadores é que períodos mais longos de imobilização tem relação com o desenvolvimento de tenossinovite de Quervain 

A tenossinovite de Quervain tem prevalência na população de cerca de 1 para cada mil pessoas anualmente e é mais comumente vista em mulheres na quinta e sexta década de vida. Sua fisiopatologia não está completamente explicada, mas há indícios de associação com acúmulo de mucopolissacarídeos. As variações anatômicas do primeiro compartimento extensor também podem ser fatores que levam à essa patologia. 

São escassas na literatura evidências de que as fraturas de rádio distal atuariam como um fator predisponente à tenossinovite de Quervain em alguns pacientes. Visto isso, foi publicado no último mês na revista “Hand” um estudo com o objetivo de determinar os fatores de risco para o desenvolvimento de tenossinovite de Quervain após fraturas do rádio. 

Saiba mais: Quais os fatores de risco associados à tenossinovite de Quervain no pós-parto?

Há associação entre fraturas de rádio distal e tenossinovite de De Quervain?

Há associação entre fraturas de rádio distal e tenossinovite de De Quervain?

Métodos 

Foi realizada uma análise retrospectiva e incluídos pacientes entre 18 e 89 anos com fraturas de rádio distal tratadas entre 2010 e 2020 em um hospital americano em Rochester. Dois grupos de controle foram usados para comparar os dados demográficos, comorbidades, duração de imobilização, sessões de fisioterapia e atividades de uso excessivo. 

O primeiro grupo controle incluiu pacientes com fraturas de rádio distal (tratadas cirurgicamente ou não cirurgicamente) que não desenvolveram de Quervain dentro de 1 ano (n = 1410). O segundo grupo comparativo incluiu 52.613 pacientes  

que tiveram pelo menos 1 encontro com um prestador de cuidados ortopédicos durante esse período, dos quais 463 pacientes com quadro clínico diagnóstico de Quervain (tratado cirurgicamente ou não cirurgicamente). 

Resultados 

No total, 41 pacientes desenvolveram tenossinovite pós-traumática de Quervain em um tempo médio de 6,5 meses. Na coorte operatória, a incidência foi de 2,2%, e a do grupo conservador foi de 3,8%. Entre todos os pacientes afetados, 78% admitiram atividades extenuantes e de uso excessivo.  

Comparado com a coorte não afetada, o grupo de tenossinovite de Quervain tinha maior probabilidade de ser do sexo feminino e negros com idade e índice de massa corporal semelhantes. A coorte traumática foi menos propensa a responder a injeções de corticosteroides. Uma bainha separada do extensor curto do polegar foi observada em todos os pacientes que necessitaram de liberação cirúrgica. 

Leia também: Há diferença no uso da haste intramedular e DHS para fraturas trocantéricas?

Conclusões e mensagem prática 

Pacientes com uma fratura não cirúrgica do rádio distal foram 4,2 vezes mais propensos a desenvolver de Quervain do que a população em geral, e aqueles tratados cirurgicamente foram 2,4 vezes mais prováveis.  Eles demonstraram padrões de fratura de alta energia e pior resposta a injeções de corticosteroides, exigindo mais frequentemente descompressão cirúrgica. Entre aqueles que necessitaram de cirurgia, os pacientes tiveram 2,5 vezes mais chances de ter uma bainha do extensor curto do polegar separada do que aqueles com Quervain atraumático.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Carroll TJ, Caraet B, Madsen N, Wilbur D. Development of de Quervain Tenosynovitis After Distal Radius Fracture. Hand (N Y). 2023 May 28:15589447231174042. doi: 10.1177/15589447231174042. Epub ahead of print. PMID: 37246426. DOI: 10.1177/15589447231174042

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