Nessa semana, falamos de um novo regime antiviral para hepatite C com eficácia de quase 100%. Por isso, em nossa publicação semanal de conteúdos compartilhados do Whitebook Clinical Decision, trazemos a abordagem diagnóstica da doença.
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Este conteúdo deve ser utilizado com cautela, e serve como base de consulta. Este conteúdo é destinado a profissionais de saúde. Pessoas que não estejam neste grupo não devem utilizar este conteúdo.
Abordagem Diagnóstica
Considerações Iniciais
- Diante da suspeita de hepatite aguda, a complementação diagnóstica realizada envolve a solicitação de exames laboratoriais para avaliar a doença hepática e de marcadores sorológicos virais. Pacientes tornam-se portadores crônicos do vírus C quando RNA HCV permanece positivo por mais de 6 meses.
- Exames laboratoriais de rotina: Hemograma completo; função renal e eletrólitos; coagulograma; transaminases; enzimas canaliculares; bilirrubina total e frações; albumina e proteína total; PCR; VHS; função tireoidiana.
- Painel Sorológico: AntiHAV IgM; HBsAg, AntiHBs, AntiHBc IgM e IgG; AntiHCV; HCV RNA.
- Genotipagem HCV: Deve ser solicitada após confirmação diagnóstica para definição do tratamento.
- Carga viral: Solicitada antes do início do tratamento, na 4ª semana de tratamento (para avaliação da adesão terapêutica) e na 12ª semana após conclusão do tratamento (para avaliação da resposta virológica sustentada).
- Pesquisa de crioglobulinas: Presente em 50% dos pacientes infectados pelo vírus C, no entanto, apenas uma minoria manifestam vasculite (crioglobulinemia mista essencial). Outros autoanticorpos como fator antinuclear, fator reumatóide, anticardiolipina, antiTPO e antimúsculo liso podem estar presentes.
- Exames de imagem: Ultrassonografia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética podem ser úteis na investigação da hepatite C crônica, avaliando o grau de comprometimento hepático e a evolução para cirrose hepática. No entanto, não estão indicados de rotina, devendo ser avaliados seus benefícios dentro da propedêutica de acompanhamento. Pacientes com cirrose devem realizar ultrassonografia de fígado a cada 6 meses para rastreio de carcinoma hepatocelular.
- Elastografia hepática: Método não invasivo para detecção de fibrose e cirrose, apresentando boa correlação com a biópsia e complementa a abordagem diagnóstica. Sua adoção, no entanto, está sujeita a disponibilidade.
- Biópsia hepática: Padrão ouro no diagnóstico de gravidade do comprometimento hepático e evolução para cirrose, podendo ser considerada em hepatopatas crônicos para avaliação de cirrose.
- Exames Laboratoriais
- Hemograma completo: Em geral sem alterações, sendo a mais frequente a trombocitopenia, possivelmente associada ao hiperesplenismo.
- Hepatograma: Pode apresentar aumento de transaminases e enzimas canaliculares. Aumento de bilirrubinas também pode ocorrer na fase aguda, ou na fase crônica, podendo indicar evolução para cirrose hepática.
- Coagulograma: Prologamento do TAP e PTT são alterações mais tardias e relacionadas a cirrose.
- Eletrólitos, Ureia e creatinina: Alteração na função renal e alterações no equilíbrio hidroeletrolítico também são alterações tardias e relacionadas a cirrose hepática avançada com síndrome hepatorrenal. No entanto, deve-se descartar que alterações observadas não sejam decorrentes de outras comorbidades do paciente, como doença renal crônica e/ou insuficiência cardíaca.
- Diagnóstico Diferencial
- Hepatite Aguda:
- • Hepatites virais agudas A, B, D e E;
- • Hepatite alcoólica;
- • Hepatopatias autoimunes agudas (Hepatite autoimune, cirrose biliar primária, colangite esclerosante);
- • Medicamentos (ex.: metotrexato, isoniazida, AINE e outros);
- • Hepatites virais por CMV, EBV, HSV, dengue, febre amarela e outros;
- • Carcinoma hepatocelular;
- • Doença de Wilson;
- • Hemocromatose.
- Hepatite Crônica:
- • Hepatite viral crônica B (pode ocorrer co-infecção com HCV);
- • Esteatohepatite não alcoólica;
- • Hemocromatose;
- • Hepatopatias autoimunes (Hepatite autoimune, cirrose biliar primária, colangite esclerosante);
- • Medicamentos (ex.: metotrexato, isoniazida, AINE e outros);
- • Insuficiência cardíaca direita;
- • Doença venooclusiva;
- • Doença de Wilson;
- • Deficiência de alfa-1 antitripsina;
- • Doenças biliares crônicas;
- • Infecções e parasitoses (sífilis, equinococose, esquistossomose);
- • Hepatopatias primárias (fibrose portal idiopática, doença hepática granulomatosa).
- Acompanhamento
- Acompanhamento ambulatorial: Pacientes com hepatite C crônica devem ser acompanhados e tratados por hepatologistas. O risco de cronicidade é de mais de 70% dos casos. Pacientes em tratamento antiviral para hepatite C crônica devem apresentar acompanhamento bioquímico com hemograma, eletrólitos, função renal, hepatograma e coagulograma ao final do primeiro mês de tratamento, repetindo-se o mesmo a cada 1-3 meses na dependência da gravidade e presença de co-morbidades do paciente.
- Alta ambulatorial: Pacientes com fibrose inicial (F1 ou F2) podem ser dispensados de acompanhamento após a resposta virológica sustentada (carga viral indetectável na 12ª semana após conclusão do tratamento) e orientados a medidas profiláticas contra reinfecção. Pacientes com fibrose avançada ou cirrose (F3 ou F4) devem manter acompanhamento.
Este conteúdo foi desenvolvido por médicos, com objetivo de orientar médicos, estudantes de medicina e profissionais de saúde em seu dia-a-dia profissional. Ele não deve ser utilizado por pessoas que não estejam nestes grupos citados, bem como suas condutas servem como orientações para tomadas de decisão por escolha médica. Para saber mais, recomendamos a leitura dos termos de uso dos nossos produtos.
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